segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Terçol e calázio: oftalmologista explica como diferenciar e tratar

Os sintomas são parecidos, mas, o oftalmologista Dr. Hallim Féres Neto afirma que calázio e terçol são problemas oculares diferentes e exigem cuidado

 

Ferida que incômoda na pálpebra, olhos inchados, vermelhidão, em alguns casos secreção, sensibilidade à luz e dor ao movimentar o globo ocular são sintomas típicos do terçol, cujo nome científico é “hordéolo” - uma infecção que pode ser causada pela obstrução das glândulas de gordura da pálpebra. Ou seja, uma lesão infecciosa provocada por bactérias.

Outro problema ocular bastante comum e confundido com terçol por ter sintomas similares é o calázio. Que não surge de uma infecção bacteriana, e é consequência de um processo inflamatório que provoca a obstrução do canal de saída de uma glândula sebácea.

Outro fator pode contribuir para o surgimento do terçol ou calázio: a oleosidade da pele. “Quem tem a pele oleosa tem mais chance de desenvolver calázio e terçol, é muito importante fazer a higiene palpebral na hora do banho como forma de prevenção: um pouco de shampoo neutro misturado com água morna e então a limpe a região palpebral com os olhos fechados”. Ensina o Dr. Hallim Féres Neto, Oftalmologista Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Diretor da Prisma Visão.

O médico explica ainda que diferente do terçol a presença do calázio geralmente não causa dor e nem vermelhidão, apenas o aparecimento de uma bolinha dura na pálpebra. Quanto a evolução, o terçol geralmente evolui como uma espinha, cresce, fica dolorido, depois ou estoura ou é absorvido e cicatriza. O calázio pode aumentar e diminuir de tamanho, e demora mais para ser absorvido, pode permanecer por meses quando é necessário ser removido cirurgicamente.

Qual o tratamento do terçol e calázio? O especialista enumera algumas medidas que podem ser realizadas em casa para ambos os casos:


1- Compressas mornas, por ao menos 10 minutos de cada vez, o calor ajuda na desobstrução da glândula, além de acelerar a resolução da inflamação. O médico adverte sobre a temperatura para que não haja queimadura. “Sempre sugiro deixar na mesma temperatura de um banho morno”.


2-Não utilize chás, o calor local ajuda, mas, pode acontecer de algum componente do chá causar irritação, o melhor é água morna de boa procedência mesmo;


3-Não faça compressa com água boricada, o uso frequente do ácido bórico pode causar mais irritação;


4- Colírios sem antibióticos ou corticoides podem ser usados em casos de desconforto, mas não ajudam na resolução do quadro.


Dr. Hallim reforça que é importante ter paciência e caso não haja melhora ou ocorra dificuldade no manejo da dor, o ideal é procurar um oftalmologista. 


Dr. Hallim Féres Neto - Oftalmologista Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Membro da AAO - American Academy of Ophthalmology
Instagram: drhallim

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