Embora fatores
genéticos e avanço da idade estejam entre as causas, a adoção de hábitos
saudáveis é a única forma de combater o problema
Tendo como importantes fatores
de risco o diabetes, colesterol alto, hipertensão, obesidade, sedentarismo,
tabagismo ou consumo excessivo de álcool e drogas, o Acidente Vascular Cerebral
(AVC) está entre as principais causas de mortes no Brasil, ficando atrás apenas
do infarto. Somente nos primeiros quatro meses de 2022, foram registradas mais
de 32 mil mortes pela doença, segundo dados do Portal de Transparência dos
Cartórios e Registro Civil.
“Em média, mais de 100 mil brasileiros morrem em consequência de um AVC todos
os anos e, além deste número preocupante, vale destacar que a doença pode
deixar sequelas graves e incapacitantes em cerca de 50% dos casos”, ressalta o
emergencista Antonio Carlos Babo Rodrigues, que atua na Emergência do Hospital
Municipal Evandro Freire (CER Ilha), gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos
“Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Para combater este cenário, portanto, é fundamental atuar na prevenção dos
fatores de risco desde cedo. “Embora a doença ainda seja prevalente entre
idosos, a população está desenvolvendo fatores causadores de doenças
cardiovasculares cada vez mais cedo”, frisa.
Dr. Rodrigues explica que são necessárias ações permanentes junto à população,
a fim de reforçar a importância de adotar hábitos saudáveis, como a prática
regular de atividades físicas, alimentação equilibrada, boa higiene do sono e
atividades de lazer, além de realizar acompanhamento periódico para
diagnósticos precoces.
“Precisamos conscientizar as pessoas e inspirar uma mudança no estilo de vida
de maneira ampla e constante. Essas medidas são urgentes e terão um impacto
significativo na qualidade de vida de todos.”
No entanto, quando o problema já está instalado, é necessário um trabalho
intenso de conscientização para a identificação de sintomas e busca por
atendimento de emergência o mais rápido possível.
“Assim como em casos de arritmias cardíacas, doenças isquêmicas do coração e
infarto do miocárdio, quando ocorre um AVC, o atendimento imediato e de forma
adequada fará toda a diferença no desfecho”, reforça o médico.
Sinais e sintomas do AVC
Segundo o especialista, sensação de fraqueza, formigamento na face, braço ou
perna em um lado do corpo, confusão mental, dificuldade para falar ou
compreender algo e dor de cabeça súbita são sintomas que requerem atenção e
ação imediata.
“Outros sinais que podem ser identificados são alteração ou perda súbita da
visão, desequilíbrio, tontura, crises convulsivas e dificuldade para engolir”,
alerta.
Conforme orienta Dr. Rodrigues, ao chegar ao hospital, é identificado o tipo de
AVC, se isquêmico ou hemorrágico, e, a partir daí, são adotadas medidas de
tratamento imediato. “O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria
que leva sangue ao cérebro, enquanto o AVC hemorrágico acontece quando há o
rompimento da artéria”, explica.
Ele salienta ainda que, na fase inicial do AVC isquêmico, são realizados exames
de tomografia e identificação de alguns critérios de seleção, com tratamento
que pode ser feito com uso de medicamentos endovenosos para dissolver o coágulo
e restabelecer a circulação cerebral, ou com a remoção do coágulo por cateterismo.
“Em alguns casos, o paciente se recupera completamente, sem riscos de sequelas
neurológicas, mas para tal o reconhecimento da doença deve ser rápido e o
início do tratamento também”, acrescenta o especialista.
Já nos casos de AVC hemorrágico pode ser feita a oclusão do aneurisma por
cateterismo ou por meio de um clipe metálico, inserido em processo cirúrgico.
Em todas as situações, a gravidade do caso dependerá da extensão da lesão
cerebral do paciente.
Dessa forma, estar atento aos sinais e acionar imediatamente a emergência
médica é crucial, uma vez que cada minuto que passa reduz as chances de
recuperação.
“Cada minuto é crucial quando lidamos com um AVC. Por isso, também orientamos
que pessoas com problemas cardiovasculares pré-diagnosticados, e seus
familiares ou cuidadores, mantenham o contato de emergência de rápido acesso
para evitar qualquer atraso no atendimento”, finaliza.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João
Amorim”
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