sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Halloween: Saiba como o nosso cérebro lida com filmes de terror


Os filmes de terror são os queridinhos de muitos, em especial no período do Halloween, mas você sabe como nosso cérebro processa esse filme e porque temos medo deles?
 


Você gosta de filme de terror? Apesar de estarem recheados de alguns sustos e provavelmente seguidos de uma noite mal dormida, eles são amados por um público fiel que, em especial no período de Halloween, tem o compromisso com as produções do gênero.

Mas por que temos medo? Por que nosso cérebro tem medo de um simples filme? Por que apesar de sentirmos medo não paramos de assistir os filmes de terror? 


Porque os seres humanos sentem medo

Antes de mais nada, o medo é um processo natural do ser humano e fundamental para a preservação da vida, é um sinal de alerta diante do perigo que desencadeia uma série de reações físicas e mentais que o tornam mais preparado para lidar, ou escapar, de determinada situação.

O medo teve uma importância fundamental para a sobrevivência da nossa espécie, ele possui raízes profundas, desde os primórdios do desenvolvimento do Homo Sapiens, onde o medo foi desenvolvido como um mecanismo de alerta diante de situações que punham em perigo a sua integridade física.

Mas para cumprir o seu papel, o medo precisa despertar algumas reações no organismo, como explica o Pós PhD em neurociências e Biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

O medo desperta uma série de importantes reações biológicas no organismo como o tensionamento dos músculos, aumentando o estado de alerta, o aumento da glicose no sangue, fornecendo maior energia para lidar com a situação, o corpo libera adrenalina, cortisol, epinefrina, dentre outros hormônios que ajudam a dilatar as pupilas e aumentar a atividade do coração e pulmões”. Explica.


Mas, por que sentimos medo de filmes de terror?

Existem diversos tipos de  artifícios cinematográficos para estimular sensações de medo e ansiedade no espectador, seja por meio de imagens, sons e pela imersão do espectador na história.

Além disso, os famosos “jump scares”, ou sustos, são recursos que os filmes de terror usam para estimular um susto rápido, no entanto, apesar de termos a sensação e os reflexos característicos do medo, a sensação de estarmos no conforto de nossas casas ou na poltrona do cinema nos impede de ter a sensação completa, uma espécie de “medo controlado”, o que nos leva a outra dúvida.


Por que gostamos de assistir filmes de terror mesmo com medo?

Se arrepiar, sentir aquele frio na espinha e até mesmo ficar com medo até da própria sombra não parece ser uma experiência muito boa não é? Pelo contrário, ela pode até mesmo ser prazerosa. As sensações desencadeadas pelo medo no nosso organismo são muito similares às de prazer e a liberação de adrenalina e outros hormônios também pode tornar a sensação satisfatória.

Além disso, as sensações de “alívio pós-medo” também pode ser um dos causadores do gosto por filmes de terror, como explica o Dr. Fabiano de Abreu.

Quando você sente medo seu corpo fica em estado de alerta, essa reação é regida pelo seu cérebro emocional, mais impulsivo, no entanto, em situações como em um filme de terror ou em um trem fantasma, por exemplo, logo seu “cérebro racional” identifica que não há perigo real, o que causa um relaxamento do corpo, uma sensação de alívio que pode ser bastante prazerosa”.



Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela  - Pós PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro de 4 sociedades de alto QI, entre elas a Mensa International e a mais restrita do mundo Triple Nine Society.

 

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