Envelhecimento da população reforça
importância da sustentabilidade da saúde suplementar para garantir e ampliar a
assistência no futuro
Em 20 anos, o Brasil dobrou a sua população idosa de tamanho. Em
1998, eram 13 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Hoje esse número é de
mais de 32 milhões de idosos. Na saúde suplementar, o número de beneficiários
acima de 60 anos também dobrou. Em março de 2002 eram 3,4 milhões, hoje são
pouco mais de 7 milhões, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS).
“As pessoas estão vivendo e vão viver ainda mais.
Isso deve ser encarado como grande conquista da civilização. Mas exige que
estejamos preparados para preservá-la e para dar condições de vida dignas a
nossos idosos. Os sistemas de saúde são fundamentais nesse desafio. E em um
país como o Brasil, a integração entre o sistema público e privado é
fundamental para isso”, explica a Diretora-Executiva da Federação Nacional da
Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente, durante o painel ‘Longevidade,
Prevenção e Cuidado’, realizado hoje (30), no Longevidade Expo+Forum, em São
Paulo (SP).
De acordo com a executiva, o setor tem dois desafios importantes
pela frente. “O primeiro é ampliar ainda mais o acesso das pessoas
à assistência. O segundo é lidar com aumentos cada vez mais expressivos nos
custos dos tratamentos. Tais desafios se entrelaçam quando tratamos de
demografia e, consequentemente, de longevidade.”
O diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), Maurício Nunes da Silva, trouxe informações sobre o mapa
atual da saúde suplementar brasileira em que 70% dos planos são coletivos
empresariais, falou sobre o Projeto Idoso Bem Cuidado e ressaltou a atuação da
Agência nessa ampliação da perspectiva do setor com as mudanças demográficas.
“Nas próximas décadas a proporção entre planos coletivos empresariais,
coletivos por adesão e individuais, deve mudar consideravelmente uma vez que a
expectativa de vida da população aumenta e as relações de trabalho se alteram.
Inclusive, esse é um tema que está sendo discutido na agenda regulatória da
ANS.”
Na sequência, a especialista em longevidade e
diretora-executiva do Laços Saúde, Martha Oliveira reforçou que envelhecer
precisa ser encarado pela sociedade como uma conquista. “Todos queremos
envelhecer e bem, com qualidade e oportunidades. Para que isso aconteça
precisamos estruturar a área da saúde para lidar com o envelhecimento.”
Por fim, o médico de família e comunidade, responsável pela Rede de Atenção Primária da SulAmérica, Leonardo Abreu enfatizou a importância da APS como estratégia para integrar o atendimento à população, especialmente idosa, e trouxe a questão da qualidade de vida. “Mais importante do que pensar em quando envelhecer, as pessoas devem se atentar a como chegar a essa idade. Portanto é fundamental centrar as atenções no autocuidado e em aspectos que envolvem atividades físicas, bons hábitos alimentares e interações sociais de qualidade.”
Federação Nacional de Saúde Suplementar - FenaSaúde
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