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Em 17 de setembro,
celebra-se o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. Médicos trazem o tema à
tona e explicam a importância de doar para ajudar quem sofre de doenças como
leucemia e linfomas
Com mais de cinco milhões de pessoas cadastradas, o Brasil tem o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo. O país tupiniquim fica atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. O dado é para ser celebrado, contudo, dois problemas ainda precisam ser enfrentados para que os números sejam transformados em doações concretas: poucas pessoas atendem ao chamado para doar e muitas não atualizam sequer os dados cadastrais. De acordo com o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), uma em cada três pessoas apresenta dados incorretos no formulário de doador.
A fim de promover a conscientização sobre a importância da doação
de medula óssea e para mudar essa realidade, foi criado o Dia Mundial do Doador
de Medula Óssea, também conhecido como World Marrow Donor Day (WMDD). Ele é
celebrado no terceiro sábado de setembro, ou seja, neste ano, será comemorado
no dia 17. "Esse dia tem como objetivo reafirmar a importância da doação
de medula óssea, agradecer a todos os doadores e destacar a cooperação global
pelo transplante de medula óssea", detalha Regiane Sales, hematologista do
Hospital Anchieta.
Atitude nobre
Assim como doar sangue, ser um doador de medula óssea representa um gesto de carinho, cuidado e preocupação com o próximo. "A medula óssea doada servirá para o transplante de medula óssea, também chamado de transplante de células tronco hematopoiéticas, que é um tratamento que objetiva substituir uma medula óssea doente por uma saudável, a fim de restabelecer a produção normal das células sanguíneas e contribuir para a cura de diversas doenças", explica Jackeline Felix, hematologista do Hospital São Francisco.
Ou seja, o transplante é indicado no caso de
diversas enfermidades, como leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, aplasia de
medula e imunodeficiências. "A espera dos pacientes por um doador
compatível costuma durar meses, portanto, um maior número de doadores é
essencial para ampliar as possibilidades de compatibilidade e acelerar o procedimento
de doação", acrescenta Felix.
Cadastro e doação
Para realizar o cadastro e se tornar um doador é preciso ter entre 18 e 35 anos, boa saúde e não apresentar doenças como as infecciosas, as imunológicas, as hematológicas (do sangue) e doença neoplásica (câncer), nem qualquer doença incapacitante. Estando de acordo com os pré-requisitos, a pessoa deve fazer um registro no Hemocentro de seu estado e doar 10 ml de sangue para análise. A partir desse material, serão realizados testes de compatibilidade mais completos, o que poderá facilitar a identificação de doadores compatíveis. Vale ressaltar que, após o registro, os dados do doador ficarão armazenados e a doação poderá ser realizada até os 60 anos de idade. Só é importante que mantenha as informações atualizadas.
"O material coletado passa por um exame de histocompatibilidade (HLA) e as informações do doador entram no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Já o paciente que precisa de transplante é cadastrado no REREME (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea) e o sistema procura por um doador compatível", explica a médica Regiane Sales.
Verificada a compatibilidade entre doador e paciente, o doador é convocado para realizar o procedimento de coleta das células tronco hematopoiéticas. "Isso pode ser feito pelo sangue periférico através de uma máquina de aférese ou pela punção com agulha nos ossos da bacia. Essa última forma de coleta é feita em centro cirúrgico e sob anestesia, de forma que o doador não sentirá dor", complementa Sales.
Do outro lado, o material doado será infundido
no paciente por meio de um cateter venoso, de forma similar a uma transfusão de
sangue. "Por meio da circulação, essas células chegarão até o interior dos
ossos produtores de medula óssea, onde é esperado que se multipliquem e formem
uma nova medula óssea", afirma a médica Jackeline Felix.
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