terça-feira, 30 de agosto de 2022

Mais de 15 mil avisos de incêndio: O Brasil sofre com o fogo

Descubra os motivos do crescimento de incêndios e o que fazer para preveni-los


Quem mora em edifícios busca privacidade, conforto, tranquilidade e segurança. Contudo, é preciso ter cuidado e atenção com um perigo em potencial: os incêndios. O ano de 2022 registrou um crescimento alarmante no número de incêndios em várias regiões do Brasil. 

No Ceará, por exemplo, houve um aumento de 102,27% em incêndios. Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Paraná, foram mais de 2 mil casos registrados. Já em São Paulo, houve o emblemático incêndio na região da 25 de Março, que atingiu outros imóveis e precisou de mais de 70 horas para ser contido. 

Este é um problema histórico, com incidentes que causaram milhares de vítimas como os incêndios nos edifícios Andraus e Joelma, ambos na capital paulista em 1972 e 1974. Além disso, houve a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, responsável pela morte de 250 jovens em 2013 - cujo júri que condenou os réus foi anulado recentemente pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).

Por que os incêndios em edifícios aumentaram tanto?

Segundo o Corpo de Bombeiros de São Paulo, o crescimento de incêndios estruturais aumentou 60% desde o início da pandemia de Covid-19. Como o uso de equipamentos eletrônicos aumentou durante o período de isolamento social, o que tem a ver com a principal causa deste problema: as sobrecargas no sistema elétrico. Segundo estudo da Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos da Eletricidade (Abracopel), metade acontece por este motivo. 

A sobrecarga acontece quando existem muitos equipamentos eletrônicos conectados à rede. Apesar das instalações elétricas de novos imóveis serem projetadas para suportar grande demanda de energia, ainda é possível que haja queda dos disjuntores, redução da luminosidade e problemas nos cabos e fios. 

Além da manutenção falha nas instalações elétricas, outros fatores são o armazenamento de materiais inflamáveis e a utilização inapropriada de imóveis - por exemplo, lojas que são transformadas em depósitos. 

Para completar, a ausência de reformas estruturais em prédios antigos oferece altíssimo risco para incêndios. Como eles não costumam estar de acordo com todas as normas de segurança atuais, eles oferecem mais risco.

Como evitar incêndios nos prédios? 

A prevenção e o combate aos incêndios devem ser feitos seguindo uma cartilha rigorosa de cuidados - tanto por parte dos moradores quanto pelos profissionais do condomínio. Por isso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas estabelece todas as diretrizes a serem seguidas na norma NBR 14432:2001. 

Responsável por detalhar as exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações, a regra estipula todas as circunstâncias a serem cumpridas pelos componentes estruturais e de compartimentação que compõem as edificações - assim, evitando colapsos na estrutura em caso de incêndios. 

Os requisitos para isolar e estancar o fogo devem ser obedecidos por tempo necessário para proporcionar: 

  • Fuga das pessoas dentro do prédio em condições de seguras;
  • Proteção das operações de combate a incêndio;
  • Redução de danos nos edifícios próximos e na infraestrutura pública. 

Consequentemente, a NBR 15200:2012 determina padrões de projeto de estruturas de concreto diante de um incêndio e a maneira de realizar o atendimento nessas situações.

Medidas de segurança dos condomínios

Entre as principais ações a serem tomadas pelos condomínios, funcionários e moradores para evitar incêndios, vale ressaltar: 

  • Ter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Esse documento é o certificado de que o prédio está de acordo com as normas estabelecidas de combate a incêndios e apto para residência e movimentação de pessoas;
  • Treinar os funcionários para saber como tomar providências diante de uma emergência;
  • Verificar o estado dos extintores e testar as mangueiras dos hidrantes com periodicidade;
  •  Inspeção e recarga dos extintores todo ano;
  • Instalação de alarme de incêndio, especialmente se o edifício possui portaria remota;
  • Certificar que o registro do barrilete do hidrante fica sempre aberto;
  • Garantir que não tenha extintores presos em correntes nem cadeados nas portas onde estão os hidrantes;
  • Checar regularmente as portas corta-fogo, assegurando lubrificação de dobraduras, bom estado das molas e fechamento total.

Qual o papel do zelador para evitar incêndios?

O zelador é o responsável pelo cuidado com o funcionamento e gerenciamento do edifício. É o profissional que realiza gestão dos funcionários do local, acompanha as tarefas executadas e cuida do patrimônio.  

Além disso, ele atua em cooperação com o síndico nas questões administrativas na resolução de problemas do edifício. Por isso, seu trabalho deve ser pautado na gestão, organização, tempo e paciência. 

Veremos a seguir as atribuições do zelador e a importância das suas atividades na prevenção de incêndios. 

  • Preparar os funcionários para atuar em situações de emergência;
  • Realizar o treinamento anual da brigada de incêndio do condomínio;
  • Fazer inspeções para garantir boas condições aos extintores, hidrantes, placas sinalizadoras da rota de fuga, alarme de incêndio e equipamentos para o combate do fogo;
  • Manutenção do registro do barrilete, garantindo que suas tubulações poderão ser usadas para conter incêndios;
  • Inspeção de portas corta-fogo, garantindo que poderão ser utilizadas com segurança durante as emergências;
  • Ter uma rota de fuga de emergências bem delimitada e sem obstáculos;
  • Manter atualizada lista de contatos de emergência na portaria;
  • Atenção a vazamento de gás e sinais de problemas elétricos no condomínio;
  • Garantir que o condomínio terá todas as condições necessárias para ter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

É uma lista grande de atribuições, mas são imprescindíveis para garantir a segurança dos condôminos e que o fogo seja um perigo para todos.

 

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