O consumo de cigarro está associado a vários tipos de câncer, doenças cardiovasculares e pulmonares.
Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado neste 29 de agosto, a Sociedade
Brasileira de Cardiologia reforça e alerta a população de que o fumo pode levar
ao adoecimento e à morte. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA),
ligado ao Ministério da Saúde (MS), o tabagismo foi responsável pela morte de
161.853 pessoas no Brasil, em 2020, uma média de 443 mortes por dia. O
tabagismo é responsável por 30% de todas as doenças cardiovasculares, alerta o
cardiologista do Fundo de Aperfeiçoamento à Pesquisa da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC), Aristóteles Alencar.
Segundo Alencar, o fumo também está relacionado a doenças vasculares que podem
levar à amputação de membros, ao Acidente Vascular Encefálico (derrame) e ao
Infarto do Miocárdio. “Fumar pode levar a pessoa à morte. É uma equação muito
simples. Metade dos fumantes morre, a outra metade fica doente. Ninguém passa
ileso em relação ao cigarro. O melhor cigarro é aquele que não é fumado. Mesmo
que seja um por dia, ele pode causar doenças”, afirma.
Outro problema grave de saúde pública, é a
tentativa da indústria do tabaco, tentar vender a imagem do cigarro eletrônico
como substituto do cigarro convencional. Estudos recentes mostram o agravamento
da saúde, principalmente de paciente jovens, usuários dos dispositivos
eletrônicos de liberação de nicotina. Esse tipo de produto tem sua
comercialização proibida pela ANVISA no Brasil, mesmo assim através do comércio
ilícito, ele está se tornando frequente entre os jovens, com predomínio no sexo
feminino.
O cigarro eletrônico já está na quarta geração e
seu uso vem crescendo principalmente por jovens. Seus efeitos na saúde já são
comprovados. O equipamento gera partículas ultrafinas que conseguem ultrapassar
a barreira dos alvéolos pulmonares e ganhar a corrente sanguínea, fazendo o
corpo reagir com uma inflamação. Quando a inflamação ocorre na parede do
endotélio, que reveste internamente as artérias, ele pode sofrer lesão e dar
início a eventos cardiovasculares agudos, como infarto e síndrome coronariana
aguda. A nicotina também tem influência no coração, porque aumenta a frequência
cardíaca e a pressão arterial.
O efeito protetor que se alega ao cigarro
eletrônico não existe. Em países que liberaram esses produtos, existe um
crescente aumento de doenças cardiovasculares na população abaixo de 50 anos de
idade. Portanto, diferente do cigarro convencional, que demora às vezes 20 ou
30 anos para manifestar doenças no usuário, o cigarro eletrônico, que prometia
segurança, foi capaz de matar jovens rapidamente. Neste Dia Nacional de Combate
ao Fumo, a SBC faz esse importante alerta à população.
Assim com a hipertensão arterial e o diabetes
melitus, o tabagismo é considerado uma doença crônica não transmissível e
necessita de tratamento. As Secretarias Municipais de Saúde oferecem esse tipo
de abordagem aos fumantes que desejam parar de fumar. Existem os Ambulatórios
dos Fumantes, que fornecem suporte profissional e medicamentoso para pessoas
que desejam parar de fumar. Raramente, a pessoa consegue abandonar por sua
livre e espontânea vontade. O ideal é que tenha um acompanhamento para que não
haja uma recaída, disse Aristóteles Alencar.
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