terça-feira, 30 de agosto de 2022

Agosto Lilás: qual o papel das empresas no combate à violência doméstica?

Agosto está se encerrando, e muito se falou sobre o Agosto Lilás, o mês da conscientização contra a violência doméstica. E como o combate à violência doméstica e familiar é uma questão social, de saúde pública e econômica, não se pode esquecer que também tem seu papel fundamental e necessitam se atentar, cada vez mais, para ser um agente ativo nesta luta.

Os líderes, o RH e os colegas são essenciais para perceber a violência doméstica e estão em uma posição única para oferecer apoio às vítimas. Como forma de qualificar o debate sobre o assunto, sugiro uma entrevista com Iane Pessoa (perfil completo abaixo), especialista em Diversidade & Inclusão da Condurú Consultoria.

Para ela, o combate à violência contra a mulher é um dos temas mais importantes no escopo dos direitos humanos e as empresas precisam incluir em seu radar de Governança Corporativa a valorização da mulher mobilizando internamente os colaboradores, levando informação e formação sobre o tema que possam conscientizar e diminuir essa situação.

"Acredito que o grande dever das empresas em relação a violência doméstica é, acima de tudo, o de proteger as suas colaboradoras que estão submetidas a sofrer esse tipo de violência. A conscientização de que a empresa deve ser um lugar seguro, onde elas possam reportar o que têm sofrido é muito importante. É preciso discutir questões como o machismo, assédio, a própria violência doméstica em si, padrões e papéis de gênero, enfim, tudo o que está envolto nessas normas de gênero e da cultura patriarcal que fazem com que a violência contra a mulher seja perpetuada em nossa sociedade. É preciso quebrar, dentro da própria organização, essa cultura através da transmissão do conhecimento e também criar mecanismos e ferramentas para que essa mulher possa, de forma segura, fazer denúncias e ser atendida. A empresa pode ter um canal de acolhimento com psicólogos especializados quanto fazer parcerias com organizações, como as Justiceiras, que já trabalham nesse sentido, relacionado a violência doméstica, e que oferecem todo um aparato para que essa mulher seja bem atendida, tenha sua denúncia acolhida e exista uma resolução de sua questão. Atualmente, existem diversas que podem ser utilizadas pelas empresas, mas é necessário, primeiramente, que a companhia compreenda seu papel e dever de proteger as colaboradoras", diz.
 


Ianne Pessoa - especialista em Diversidade e Inclusão na Condurú Consultoria. Graduanda em Serviço Social pela Universidade de São Francisco - USF. Ativista social e defensora dos Direitos Humanos. Vice-campeã estadual pelo Estado de Pernambuco no concurso de redação do Projeto Jovem Senador em 2014. Possui experiência na elaboração de projetos com ênfase em Diversidade e Inclusão. Foi ativista estudantil pela UESPE entre 2013 e 2015 e professora de política e atualidades pela UNEAFRO Atibaia (SP).


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