quarta-feira, 31 de agosto de 2022

5 comportamentos comuns em crianças com Transtorno do Espectro Auti

Créditos: Canva
A Dra. Fabiele Russo, neurocientista e fundadora do Neuroconeta, considerada como a maior plataforma sobre TEA do Brasil, levanta a importância da atenção sobre o autismo em crianças já que o diagnóstico precoce minimiza dificuldades proporcionadas pelo transtorno


De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) existem duas milhões de pessoas com o Transtorno de Espectro Autista (TEA) no Brasil.  O número é estimado, já que há muitos indivíduos que possuem a TEA, entretanto, não têm consciência do fato - a porcentagem de pessoas nessas condições apenas cresce e, muitas delas, descobrem essa característica apenas quando adultos.

Para minimizar as dificuldades proporcionadas pela TEA, é muito importante que os sinais do transtorno sejam identificados logo no início. Um erro comum é acreditar que o diagnóstico pode ocorrer apenas quando a criança está com três anos ou mais. Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, mais rapidamente começarão as intervenções e estimulações precoces, um processo fundamental para que a criança consiga desenvolver as habilidades cognitivas, sociais e de linguagem. 

Segundo a Dra. Fabiele Russo, neurocientista e fundadora do Neuroconeta, considerada como a maior plataforma sobre TEA do Brasil , o diagnóstico do TEA é clínico, baseado em evidências científicas, de acordo com os critérios estabelecidos pelo DSM–V (Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-11 (Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde – OMS). Sendo assim, não existe um exame específico que identifique o autismo.

O diagnóstico precoce é um dos temas principais que serão debatidos no 6o CONOTEA - Congresso Online de Transtorno do Espectro Autista, considerado como um dos mais importantes do segmento. 

“Os sinais de autismo são amplos e voltados à comunicação social, reciprocidade social e comportamentos restritos e repetitivos. Mas, é impossível a exclusão da individualidade de cada pessoa, já que muitas vezes, a criança não apresenta todos os sinais comuns”, explica a neurocientista, que lista os cinco comportamentos mais comuns de serem identificados em crianças por familiares, que podem ser encaminhados para consultas com especialistas em TEA.

 

  • Dificuldade de contato visual 

“A criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar - também pode ter dificuldade em respostas, isso por conta de uma sensação de desconforto quando expostas a estímulos sociais”, explica a médica. É importante que seja realizado um rastreamento visual. A criança precisa olhar para o objeto mesmo quando ele é deslocado, ou se ela vai se perder. Pessoas nessas condições costumam olhar para objetos, e não nos olhos daqueles que se referem a ela.

 

  •  Dificuldade de interação 

Muitas crianças e adultos autistas apresentam dificuldades na interação social e precisam de ajuda para aprender a agir em diferentes tipos de situações sociais.“É comum que o autista tenha dificuldade de entender outras pessoas, como expressões faciais ou linguagem corporal, além de não gostarem tanto de contato físico e afetivo", coloca Fabiele. Estes também não gostam de compartilhar objetos e preferem brincar sozinhos - por conta disso, sentem mais dificuldade de fazer amigos

 

  •  Dificuldade de transições 

É comum o desconforto ao sair do cotidiano e da rotina, isto para todas as pessoas, sendo neuróticas ou atípicas. Entretanto, os autistas têm dificuldade em mudar de atividades com mais intensidade: “A criança neurotípica, geralmente, encerra uma atividade e começa outra sem dificuldade ou choros ``, exemplifica Fabiele.

 

  •  Dificuldade de controle motor 

Muitas crianças com autismo apresentam dificuldades na coordenação motora, como o olhar e direcionamento para a ação ou realizar brincadeiras simples que exijam a coordenação como pegar objetos. Também, os autistas podem realizar movimentos, comportamentos e/ou atividades desencadeadas de maneira involuntária e repetitiva. “Com isso, podem chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes - os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade”, esclarece a médica. 

 

  • Comportamentos sensoriais atípicos 

Autistas podem ter uma sensibilidade maior aos estímulos do ambiente ou ainda uma sensibilidade muito menor em relação aos neurotípicos. “Quando há hipersensibilidade, a pessoa percebe os estímulos do ambiente com mais facilidade. Já quem tem hipossensibilidade precisa de bastante excitação ou esforço para sentir o estímulo”, comenta Fabiele. É comum pessoas com autismo apresentarem questões sensoriais e se sentirem incomodadas com sons, luzes, texturas, movimentos, toques e sabores - isso pode levar a crises. 

 

CONOTEA


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