sábado, 30 de julho de 2022

Predominante no público masculino, câncer de cabeça e pescoço tem boas chances de cura, quando descoberto precocemente

Tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição ao sol e práticas sexuais desprotegidas estão entre os fatores de risco à doença, alerta especialista do Hospital Paulista 

 

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que em 2022 surjam 36.620 novos casos de câncer de cabeça e pescoço. O nome, ao contrário do que algumas pessoas imaginam, não se refere à existência de tumores no cérebro, mas aos que se manifestam na região acima das clavículas, dentre eles boca, faringe, laringe, fossas nasais, seios paranasais, glândulas salivares e tireoide. 

A campanha nacional Julho Verde foi criada com o objetivo de conscientizar os brasileiros sobre a importância do tratamento e do diagnóstico precoce da doença, que tem como principais fatores de risco hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição ao sol sem uso de protetor solar e prática sexual desprotegida, por conta de infecções pelo vírus HPV.

Conforme Dr. Mituro Hattori Junior, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Paulista, a iniciativa é importante para estimular o autocuidado na prevenção, diminuindo o diagnóstico tardio da doença.

“Como todo tipo de câncer, quanto mais cedo for diagnosticado, menores serão as sequelas do tratamento e maiores as chances de cura. Campanhas de divulgação, como o Julho Verde, são essenciais pois alertam as pessoas a não postergarem a ida ao médico, principalmente os homens, que estão entre os mais atingidos em razão de certos hábitos de vida.”

Levantamento feito pelo Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) indica que os tumores malignos de cabeça e pescoço correspondem a 6% de todos os tipos de câncer. Entre os brasileiros, os cânceres de boca, laringe e tireoide estão entre os tumores mais comuns.

 

Sintomas e diagnóstico

O diagnóstico precoce dos cânceres de cabeça e pescoço é especialmente importante, já que os sintomas costumam variar muito, desde o aspecto até a localização do tumor. No entanto, Dr.  Mituro destaca que sinais de percepção de nódulo no pescoço, lesões que não cicatrizam na boca, diminuição do olfato e sangramento intermitente prolongado podem servir de alerta. 

“A maioria dos sintomas envolve uma percepção prolongada. Uma ferida que não sara. Um sangramento prolongado. Por isso, é muito importante não minimizar e subestimar a ocorrência dessas desordens, recorrendo ao auxílio médico especializado o quanto antes. Outros sintomas presentes são a disfagia – dificuldade para comer – e a rouquidão”, reitera.


Tratamento

De acordo com o médico, uma equipe multidisciplinar é responsável por definir qual a melhor forma de combate à doença, já que tumores malignos podem ser tratados por diferentes modalidades de tratamento oncológico, dentre elas cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. 

“O tratamento pode ser realizado de forma isolada ou combinada, desde a retirada total do tumor por cirurgia, associado ou não à radioterapia e quimioterapia. A identificação precoce possibilita, na maioria das vezes, a retirada total do tumor, dependendo da localização, e uma maior eficácia local da radioterapia ou quimioterapia. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura.”

Dr. Mituro chama a atenção à prevenção primária, que pode ser feita reduzindo os fatores de risco, como tabagismo e alcoolismo, para os tumores de boca e faringe, laringe e esôfago. E o uso de bloqueador solar e a redução da exposição ao UV para diminuir a incidência dos tumores da pele.

“A prevenção secundária também é extremamente importante e pode ser realizada indo ao médico regularmente ou procurando assistência em caso de algum sintoma persistente. Estas ações visam diagnosticar os tumores malignos em fases iniciais”, finaliza o especialista.

 


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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