Branca Barão, palestrante e especialista em comportamento humano, revela
como o conceito de egoísmo é imposto às mulheres desde a infância, obrigando-as
a priorizar outras pessoas ao invés de si mesmas
Cuidar de si mesmo antes de se preocupar com as outras pessoas é algo de
extrema importância, mas isso, infelizmente, pode ser visto como egoísmo por
alguns. Principalmente se a pessoa em questão for uma mulher, já que, em muitos
casos, existe uma bagagem cultural que impõe a elas a posição de cuidadora.
De acordo com Branca Barão, especialista em comportamento humano e master
trainer em programação neurolinguística, esse conceito social faz com que
muitas mulheres se coloquem em segundo plano. “Fomos aprendendo que cuidar dos
outros significa sermos boas pessoas e, como queremos ser boas pessoas,
acabamos priorizando os demais. Isso pode ser visto até mesmo na concepção de
brinquedos para meninas que, muitas vezes, estão relacionados ao cuidado da
casa, de bichinhos ou até mesmo de bebês”, relata.
Essa instrução de conceitos durante a infância faz com que ideias sejam
criadas para corroborar esse tipo de prerrogativa que, muitas vezes, é imposta
às mulheres. “Após ganhar um brinquedo e sairmos com ele para um parquinho, por
exemplo, outra criança pode se interessar e é natural negar ou não deixar que
ela brinque com esse novo brinquedo. Nossa mãe, pai ou quem quer que seja,
nessa situação, costumam dizer: ‘Não seja egoísta, empreste o brinquedo para o
amiguinho!’ Assim, entendemos que dizer não para priorizarmos a nós mesmos é
ser egoísta, e passamos a dizer sim quando queríamos dizer não, priorizando a
vontade ou necessidade do outro em relação à nossa”, revela Branca.
Para a especialista, é necessário ir contra esses ensinamentos e sempre
colocar-se em primeiro lugar. “É preciso ter consciência da própria
necessidade, desejo ou vontade, satisfazer primeiro a si mesma e depois cuidar
e satisfazer os demais. Cuidar se si mesma para poder estar inteira e, assim,
cuidar melhor dos outros quando for preciso. É colocar, no avião da vida, sua
própria máscara de oxigênio antes de ajudar outras pessoas”, pontua.
Esse tipo de mentalidade pré-fixada nas pessoas pode estar diretamente
ligada a questões de desigualdade de gênero. “As filhas, muitas vezes, estão
cuidando da alimentação, da casa e dos irmãos, enquanto os meninos jogam
videogame ou brincam na rua. Isso é reforçado ao ver a mãe preparar o almoço
enquanto o pai vê futebol, e nisso vamos construindo a crença de que as
mulheres cuidam dos outros enquanto os homens cuidam de si. Por isso, ver o pai
cuidar do bichinho de estimação ou do bebê enquanto reveza isso com as próprias
necessidades e a mãe fazendo o mesmo, vai ensinando os meninos a cuidarem
também dos outros e as meninas a cuidarem também de si”, declara a mentora.
Para Branca Barão, é importante manter esse cuidado sobre si mesma
também no ambiente de trabalho. “Essa deve ser uma decisão interna e não pode
depender do espaço para acontecer. Se hidratar, se alimentar com calma, ter um
tempo de descanso e suas opiniões próprias respeitadas é o mínimo para estar
nesse ambiente sem desrespeitar a si mesma. Aprendemos, em muitas situações, a
não nos impormos e, assim, desrespeitamos a nós mesmas. Aprender a se respeitar
é um processo que começa com as pequenas coisas e, com o tempo, passamos a nos
impor cada vez com mais naturalidade”, finaliza.
Branca Barão - Master Trainer em Programação Neurolinguística Sistêmica e
especialista em comportamento humano, Branca Barão ministra cursos e palestras
com uma metodologia própria, unindo emoção e interatividade para estimular as
capacidades de inovação, comunicação e criatividade. A profissional conta com
20 anos de experiência, mais de 10 mil horas de palco e 200 mil pessoas
impactadas ao longo de sua carreira. Autora do Livro “8 ou 80 - Seu melhor
amigo e seu pior inimigo moram aí, dentro de você!”, com mais de 10 mil cópias
vendidas, onde Branca transforma suas vivências em contos e parábolas para
auxiliar o leitor a reconhecer todas as facetas que o constituem e a transitar
facilmente entre elas. Além disso, é autora da obra “A mulher que vivia de
Propósito”, apresentando uma jornada rumo ao autoconhecimento que levará o
leitor a descobrir, finalmente, o seu propósito de vida. Para saber mais
informações, acesse https://www.brancabarao.com.br/site/ ou pelas redes @brancabarao/
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