7 dicas para fazer o manejo emocional
Uma rotina lotada de
atribuições, sem pausas e imersa em tecnologia. Nossos corpos estão hoje mais
estressados do que nunca – também como consequência de um estilo de vida muitas
vezes frenético que desrespeita as regras básicas de funcionamento do corpo
humano.
Mais do que apenas ficar
calmo e tentar controlar circunstâncias externas, especialistas garantem: é
preciso incluir o manejo do estresse na rotina diária, sob pena de reflexos
irreversíveis ao corpo, a curto, médio e longo prazo.
Muito prazer, cortisol!
Protagonista no mecanismo
do estresse dentro do organismo, o cortisol é um hormônio produzido pelas
glândulas suprarrenais, que estão localizadas acima dos rins. Dentre suas
funções, ele auxilia a reduzir inflamações, contribui para o funcionamento do
sistema imune, mantém os níveis de açúcar no sangue e pressão arterial
constantes. Porém, a sua função mais conhecida está relacionada à mediação das
respostas fisiológicas ao estresse.
A neurocientista do
SUPERA, Livia Ciacci, explica que a reação do organismo chamada estresse tem,
na verdade, um propósito evolutivo: “é em essência uma resposta ao perigo,
sendo que no seu primeiro estágio, quando identificamos um perigo, o corpo
reconhece o estressor, que pode ser algo físico, ambiental ou mental, e ativa o
sistema neuroendócrino”.
Segundo ela, a partir
disso as glândulas suprarrenais passam então a liberar os hormônios do estresse
(adrenalina, noradrenalina e cortisol), que aceleram o batimento cardíaco,
dilatam as pupilas, aumentam a sudorese e os níveis de açúcar no sangue,
reduzem a digestão, contraem o baço (que expulsa mais hemácias, ou glóbulos
vermelhos, para a circulação sanguínea, o que amplia o fornecimento de oxigênio
aos tecidos) e causa imunossupressão (ou seja, redução das defesas do
organismo).
A função dessa resposta
fisiológica é preparar o organismo para a ação, que pode ser de luta ou fuga ao
estresse.
“O problema não é ter
momentos de estresse ao lidar com situações da vida, isso faz parte do
funcionamento normal. O problema está no estresse crônico, quando os níveis de
cortisol se mantêm altos por muito tempo”, alertou.
O cortisol ao longo da
vida
Todos temos o cortisol
atuando na regulação endócrina. O ritmo circadiano dele, em condições normais,
mostra taxas altas já no início da manhã e vai diminuindo à noite. O seu
ponto máximo (20ug) ocorre 1h antes da pessoa acordar pela manhã e o mínimo
(5ug) cerca das 00h. Porém, ele pode ser produzido em rajadas e a sua
concentração aumenta rapidamente em resposta ao estresse.
O cortisol no cérebro e as
consequências para o organismo
O cortisol em níveis
elevados é prejudicial para várias estruturas cerebrais responsáveis por
funções superiores - de raciocínio e memória - e controle emocional.
Segundo a neurocientista
do SUPERA, Livia Ciacci, muitas pesquisas mostram que há inclusive perdas
celulares ocasionadas pelo estresse principalmente no sistema límbico,
provocando a retração de processos dendríticos, a inibição da neurogênese, e
até mesmo a morte de neurônios, diminuindo o volume do hipocampo (área
essencial para consolidação de memórias).
“Várias regiões do córtex
pré-frontal – área que regula o comportamento e toma decisões – também
sofrem considerável remodelação com a exposição ao cortisol alto. Essas
alterações afetam diretamente funções executivas, como a memória de trabalho,
que é a responsável por processarmos várias informações durante uma tarefa”,
alertou.
Os altos níveis de
cortisol têm efeitos neuro tóxicos no cérebro, independentemente da idade.
Inclusive, o alto cortisol por estresse crônico nas gestantes pode atrapalhar o
desenvolvimento do cérebro dos bebês.
“Os efeitos fisiológicos
do cortisol no estresse crônico mais discutidos se referem aos aspectos
imunológicos, uma vez que a ação imunossupressora do hormônio facilita o
surgimento e agravamento de doenças. Mentalmente, a pessoa cronicamente
estressada apresenta cansaço mental, dificuldade de concentração, perda de
memória imediata, apatia e indiferença emocional, alterações que comprometem as
relações do sujeito com o mundo”, concluiu a especialista.
Confira 7 dicas para fazer
o manejo do estresse no dia a dia:
· Invista
em autoconhecimento, só assim poderá entender seus limites e estabelecer metas
adequadas na vida;
· Seja
realista ao gerenciar o tempo, se uma tarefa demora 5 horas, não diga aos
outros que fará em 2;
· Aprenda
alguns exercícios de alongamentos e respiração para acalmar nos momentos de
tensão e ansiedade;
· Tenha
hobbies e respeite os momentos de lazer e cuidados pessoais, não alimente
pensamentos “workaholics”;
· Estude
e pratique técnicas de comunicação clara e assertiva, é um bom caminho para
evitar conflitos com pessoas, principalmente no ambiente de trabalho;
· Planeje
e já deixe agendado os momentos do ano que fará consultas e exames preventivos
de saúde;
· Não
centralize todos os problemas para você e não hesite em buscar ajuda
psicológica profissional.
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