Herson Capri e Leandro Luna em peça sobre reconciliação familiar
Direção: Elias Andreato
O
pai expulsou o filho de casa por não aceitar a sua orientação sexual.
Vinte anos depois eles se reencontram, o filho agora é uma drag queen, e eles têm o tempo de uma vela se consumir para acertar as diferenças.
A Vela, escrito por Raphael Gama e com
direção de Elias Andreato, traz os atores Herson Capri e Leandro
Luna, interpretando pai e filho, respectivamente. Com direção de Elias
Andreato, a peça estreia no Teatro UOL no Shopping Higienópolis em São
Paulo no dia 01 de julho e faz temporada às sextas 21h, sábados e domingos,
20h, até 4 de setembro.
O espetáculo foi contemplado pela Lei
Aldir Blanc em 2020 e realizou temporada on line de 31 de outubro a 10 de
dezembro do ano de 2021. Devido ao sucesso on line, o desejo em ter uma
temporada presencial concretizou-se em 2022. A temporada carioca aconteceu em
março e abril e uma curta temporada em Porto Alegre (com 100% da ocupação) em
três dias 29 e 30 de abril e 1º de maio. O espetáculo chega aquecido em São
Paulo depois do sucesso nos diferentes ambientes que participou on line e presencial.
O pai, professor aposentado,
reencontra o filho, uma drag queen, anos depois de romperem relação por não
aceitar a orientação sexual do filho e sua escolha pela arte drag. Eles buscam
uma reconciliação. O velho professor Gracindo, decide se mudar para um asilo,
por conta própria, depois de se ver muito sozinho após o falecimento de sua
esposa. Rompeu relações com o filho há muito tempo, quando descobriu sobre sua
orientação sexual, o expulsando de casa.
Prestes a se mudar, Gracindo precisa
empacotar suas coisas e acaba revirando seu passado enquanto a falta de luz o
obriga a usar uma vela. Porém, quem chega para o ajudar nessa mudança é Cadú,
ou melhor, Emma Bovary, seu filho drag queen que retorna para tentar as pazes
com seu velho pai e entender o que fez um homem tão culto agir de forma tão
violenta.
Mas, Cadú, ou Emma é categórico: eles
têm apenas o tempo da vela que o pai acendeu se consumir para essa conversa se
resolver.
“Éuma história contada com delicadeza
para que o espectador possa se identificar com os personagens. O nosso objetivo
é mergulhar numa relação verdadeiramente teatral e humana. O teatro sempre será
a arena necessária para debater todas as formas de preconceitos”, fala o
diretor Elias Andreato.
Para Leandro Luna, o espetáculo aborda
as relações humanas e as feridas familiares que todos temos e nos
identificamos. “É muito importante, principalmente nos dias de hoje, estarmos
em constante discussão sobre as diferenças e estimularmos a tolerância e o
respeito ao próximo. Vivemos tempos muito polarizados, onde o conceito de moral
e conservadorismo tem alimentado a sociedade com discursos odiosos,
segregacionistas, em vez de criar o diálogo respeitoso e democrático.
Precisamos, através da Arte, propor o discurso de temáticas que incentivem o
respeito entre os indivíduos, principalmente, a partir do ponto de vista da
educação familiar. ”
Já Herson Capri ressalta a atualidade
do tema. “A peça discute preconceito, acolhimento e a relação familiar de uma
forma inteligente e sensível. Os preconceitos estão por aí, à nossa volta, o
tempo todo. Convivemos, de uma forma ou outra, com pessoas conservadoras e até
negacionistas. Acho que a arte tem o dever de abordar os temas que tocam e
afligem a sociedade. Acolher as diferenças é um deles. E negá-las, também é
preciso ser discutido. ”
Para a construção do texto, o autor
Raphael Gama recorreu da percepção que teve ao constatar a dificuldade em
dialogar com sua avó, uma mulher tradicional, com resistência em entender as
mudanças que aconteciam na sociedade; e o quanto a incompreensão familiar
afetava as escolhas de vida das drag queens em geral. “Eu convivo com diversos
artistas queers de São Paulo. Conheço pessoas que foram expulsas de casa e o
fato dessa comunidade seguir sendo tão negligenciada e odiada, mesmo em meio à
tanta informação, me fez querer falar do assunto no ambiente familiar e sobre a
importância do diálogo como ferramenta de cura”, explica.
Relações humanas
Entre álbuns de fotos, livros
clássicos, música e poesia, os personagens vão revirando o passado para
entender o presente e enfrentar o futuro. Ambientada em uma casa com poucos
móveis e algumas caixas, o elemento central em cena é uma janela, onde o tempo
e os segredos são discutidos.
A peça é entremeada por trechos de
famosos escritores e pensadores, com músicas que definiram gerações como
Carpenters, Edith Piaf e Dalva de Oliveira. O drama, vivido entre pai e filho,
pretende aproximar as questões pertinentes da sociedade contemporânea, levando
o espectador a entrar em contato de maneira sensível, com temáticas
extremamente relevantes: as relações humanas e os preconceitos instaurados na
estrutura social e familiar.
“A Vela não é sobre
mocinhos e bandidos, não é sobre vítimas e vilões. É sobre algo que todos nós
conhecemos intimamente. É sobre família e amor. Sobre erros humanos. Sobre
conflito de gerações e de identidades. E a importância do diálogo em tempos tão
odiosos. Mais do que falar sobre quaisquer tabus ou polêmicas, quando falamos
sobre amor falamos sobre reflexão e cura,” conclui Raphael Gama.
FICHA TÉCNICA
Texto: Raphael Gama.
Direção: Elias Andreato.
Elenco: Herson Capri (Gracindo) e Leandro Luna (Cadú/Emma
Bovary).
Assistente de direção e produção: Rodrigo Frampton.
Iluminador: Cleber Eli.
Operador de luz e som: Marcelo Andrade.
Contraregragem e Camarim: Renato Valentte.
Foto: Caio Gallucci.
Caracterização e concepção de
cenário: Elias Andreato.
Visagista: Márcio Merighi.
Maquiador: Valentte
Assessoria Jurídica: Diego A. Coutinho.
Assessoria de Imprensa: Morente Forte
Gestão de Marketing: R+Marketing.
Produtores: Leandro Luna e Priscilla Squeff.
Produção: VIVA Cultural e Luna Produções Artísticas.
Realização: Ministério do Turismo, Secretaria Especial da
Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
TEATRO
UOL
Shopping
Higienópolis
Av. Higienópolis,
618 – Higienópolis, São Paulo – Sp
Billheteria: Horários de
Funcionamento – Ter., Qua. e Sex. 18h às 21h / Sáb., 14h às 22h / Dom., 14h às
20h.
Ligue para (11) 3823 2323 /
3823 2423 / 3823 2737 e compre seu ingresso pelo telefone.
Venda de
espetáculos para grupos e escolas: bel@conteudoteatral.com.br
Temporada:
02 de JULHO até 4 de SETEMBRO
Sextas às 21h,
sábados e domingos às 20h.
Classificação: 12
anos
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