quarta-feira, 29 de junho de 2022

O que é a hipocondria?

Doença vai além do simples medo de estar doente e pode ser tratada na psicoterapia

 

A hipocondria é uma doença mental grave, que pode afetar fortemente a vida dos pacientes. Trata-se de um medo de estar doente, a ponto de parecer persecutório, quase psicótico. Quem sofre com o distúrbio acredita que está sempre doente e afirma ter sintomas físicos que, na verdade, não estão lá. 

A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia do UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, em Paulista, Márcia Karine, diz que reconhecer a hipocondria é bem simples. “O sinal mais claro da doença é quando o paciente marca diversas consultas em um período curto de tempo e, geralmente, para o mesmo problema, porque ele fica procurando alguma opinião médica que valide a sua preocupação”, diz Márcia. A condição pode ser relacionada com outros problemas, como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) ou com algum trauma desenvolvido a partir de uma doença grave que o paciente apresentou ao longo de sua vida. 

Outra característica da doença é que, ao contrário de outros transtornos como a ansiedade, os pacientes não sabem identificar. “A hipocondria é facilmente detectada por outras pessoas, mas não por quem sofre com ela. Diferentemente de quem apresenta outras fobias, o paciente com essa condição costuma negar que está hipocondríaco. Ele acredita fortemente que todo aquele excesso de cuidado é necessário’, continua a psicóloga. 

As consequências da doença, se não tratadas, são diversas. Além da ansiedade persistente que causa angústia e depressão, problemas de socialização (pelo medo de pegar doenças de outras pessoas) acabam afetando a vida do paciente, fora o risco de começar a consumir remédios sem prescrição médica. “Pessoas hipocondríacas precisam ser acompanhadas de perto por profissionais especialistas, como psicólogos e médicos psiquiatras, pois a propensão a ingerir medicamentos pode colocar a vida do paciente em risco. A terapia ocupacional, que visa dar autonomia para os pacientes, também pode ser uma forte aliada”, conclui Márcia.

 

Mário Vasconcelos


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