Estudos científicos apontam os benefícios do perdão à saúde física e emocional. Especialista em autoconhecimento e desenvolvimento do potencial humano dá dicas de como trabalhar este processo
Longe de ser um processo simples, o ato de perdoar
é ainda o melhor caminho para o sucesso de uma vida plena e de paz. De acordo
com pesquisadores da Universidade do Tenesse, nos Estados Unidos, as pessoas
tendem a se sentir menos hostis, irritadas e chateadas quando param de se
vingar e perdoam, o que melhora a qualidade do sono, a tensão, a raiva, a
fadiga e a depressão. Outro estudo, feito por cientistas da Universidade
Baylor, também nos Estados Unidos, aponta que é muito mais fácil perdoar a si
mesmo – e acabar com os efeitos devastadores do ressentimento – quando se pede
e obtém perdão daqueles que magoamos. Ainda nesse sentido, uma pesquisa
publicada no Journal of Behavior Medicine concluiu que as pessoas capazes de
perdoar incondicionalmente vivem por mais tempo do que aquelas que perdoam
mediante alguma condição, como um pedido de desculpas.
“Perdoar, muitas vezes, não
significa retomar um compromisso ou uma relação. O que o perdão faz é nos dar a
capacidade de deixar o passado para trás. Quando perdoamos, recuperamos nosso
bem-estar, nossa autoestima, amor-próprio e satisfação pessoal,
independentemente de fatos e pessoas. Trata-se de uma escolha que nos permite
ter uma vida mais leve, feliz e satisfeita, mesmo com tudo que nos aconteceu. E
principalmente, encontramos uma paz interior duradoura e indescritível”, explica Heloísa Capelas, especialista em
autoconhecimento e desenvolvimento do potencial humano que lançou,
recentemente, o livro “Inovação Emocional”, cujo caminho
perpassa pela importância do perdão.
Heloísa destaca a relevância do autoconhecimento no
processo de perdoar. Entender nossas emoções, o que nos leva a nutrir
determinados desapontamentos e assumir nossa parcela de responsabilidade nessas
situações. “Identificamos nossos algozes e direcionamos toda a culpa sobre eles,
esquecendo que todos têm suas contribuições. Entramos em um ciclo vicioso de
vingança, ainda que seja com pequenas atitudes, a fim de que aquela pessoa
pague pelo mal que nos fez. Infelizmente os maiores prejudicados somos nós
mesmos, pois os efeitos desses sentimentos são extremamente nocivos para nossa
saúde psíquica, cardiovascular, podendo levar até o surgimento de casos de
câncer e diabetes, conforme já apontaram alguns estudos”, comenta.
Para romper com esses processos de raiva e mágoa, a
especialista aponta que o primeiro e mais importante passo é a
autorresponsabilização, uma iniciativa que breca o remoer da culpa e procura
por culpados e passa a reconhecer as próprias emoções. “A
responsabilidade por si mesmo permite que se compreenda seus caminhos,
vontades, escolhas e decisões. Tudo isso é seu, inclusive, a maneira como lida
com sua mágoa e dor. Não temos controle sobre o outro, mas podemos tê-lo sobre
nós mesmos. Não podemos esperar que o outro tome uma atitude de pedir perdão ou
nos perdoar, isso deve partir de nós mesmos. Para quê ficar visitando uma dor e
remoendo aquele mal inúmeras vezes ao longo da vida? Já parou para pensar que
cada um tem uma limitação e age dentro de suas condições, fazendo o melhor ou
entregando o melhor que pôde em determinado momento? Pensar desta forma e
entender as circunstâncias pode ser libertador”, orienta.
Para entender como o processo do perdão pode ser
colocado em prática, baseado na autonomia emocional e autoconhecimento, além de
“Inovação Emocional”, Heloísa é autora também de “Perdão, a revolução que
falta” e “O Mapa da Felicidade”, que estão disponíveis em diversas livrarias do
país. De forma didática e expondo diversas situações vivenciadas por diferentes
pessoas, Heloísa Capelas propõe uma jornada repleta de exercícios que permitem
alcançar este ato de inteligência tão importante atualmente.
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