segunda-feira, 2 de maio de 2022

Rara, gravidez ectópica traz riscos para mãe e bebê


Segundo a FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a gravidez ectópica (fora do útero) acontece em 1% de todas as gestações do mundo, sendo que, dentro deste 1% das ectópicas, a possibilidade de nascer no ovário é de 1%. O risco de mortalidade materna é 90 vezes maior que uma gestação normal e o risco de o bebê falecer é de 95%. 

Por ser rara, a gravidez ectópica ainda é uma incógnita para muitas mulheres. Para esclarecer as principais dúvidas sobre essa condição, o Dr. Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Membro da FEBRASGO e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade Conjugal e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO; listou pontos essenciais:

 

O que é a gravidez ectópica

Em uma gestação normal, um óvulo fertilizado passa pelas trompas de falópio e chega ao útero, local em que se implanta e começa o processo de formação do bebê. Já na gravidez ectópica, o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, geralmente nas trompas de falópio. Quando isso acontece, a gestação não evolui, pois não há possibilidade de um embrião se desenvolver nesta região.

 

Possíveis causas

- Infecção: se uma das trompas de falópio estiver infeccionada, ela pode ficar inteiramente ou parcialmente fechada. Sendo assim, o óvulo fertilizado não consegue chegar ao útero. 

- Tecido cicatricial: o óvulo pode ter dificuldade de atravessar a trompa de falópio se o tecido cicatricial de uma infecção ou de uma cirurgia estiver bloqueando o percurso. 

- O formato das trompas de falópio: algumas mulheres podem ter um problema congênito nas trompas, como o crescimento acima do comum. Nestes casos, o óvulo fertilizado pode ter dificuldades para chegar ao útero.

 

Probabilidade de uma gravidez ectópica

- Mulher com mais de 35 anos de idade. 

- Histórico de gravidez ectópica anterior. 

- Histórico de cirurgia abdominal. 

- Histórico de doença pélvica inflamatória. 

- Gravidez após laqueadura ou com uso incorreto do DIU. 

- Fumante. 

- Histórico de endometriose.

 

Sintomas

É possível notar sintomas diferentes de uma gestação normal, principalmente entre a 4ª e 12ª semanas. Os sintomas são: 

- Dor aguda na pélvis, no abdômen ou até nos ombros e no pescoço. 

- Sangramento intenso ou leve. 

- Desconforto ao urinar ou defecar. 

- Fraqueza, tontura ou desmaios.

 

Diagnóstico

Os seguintes exames solicitados pelo médico podem identificar a gravidez ectópica: 

- Exame pélvico para avaliar dor, sensibilidade ou identificar massas no abdômen. 

- Ultrassonografia transvaginal para confirmar se a gestação está desenvolvendo no útero. 

- Teste de urina ou de sangue para medir o nível do HCG, hormônio da gravidez. Se estiver abaixo do normal, será necessário investigar uma possível gravidez ectópica.

 

Tratamento

Envolve a interrupção da gravidez por meio das seguintes opções: 

- Medicamento específico para absorção do tecido da gravidez ectópica. 

- Cirurgia minimamente invasiva, como uma laparoscopia, para remoção do tecido remanescente da gravidez ectópica e reparação da trompa de falópio afetada. 

- Remoção total ou parcial da trompa de falópio, caso tenha havido alargamento ou rompimento. 

- Monitoramento médico e checagem do nível de HCG, garantindo que o tecido ectópico tenha sido completamente removido.


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