O ginecologista, Dr. Alexandre Silva e Silva, discorre sobre curiosidades sobre a doença que são desconhecidas pela maior parte das mulheres
Miomas são um tumor benigno que se forma no útero. É um
quadro relativamente comum, de acordo com a Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), cerca de 80% das mulheres
em idade fértil apresentam a condição, sendo ela sintomática ou não.
Apesar de não ter uma causa ainda bem definida, miomas,
mesmo quando assintomáticos, devem ser acompanhados e seguidos de perto através
de exames de imagem anuais. Esse controle permite que o médico consiga perceber
se a doença está evoluindo ou se está estável. Nos casos em que a doença evolui
e os miomas crescem, um planejamento de tratamento deve ser realizado. Nos
casos em que a doença se mantem estável, o seguimento através de exames de
imagem anuais é a melhor opção.
O Dr. Alexandre Silva e Silva, ginecologista, defende
que, mesmo sendo uma condição comum, as informações sobre os miomas ainda não
são disseminadas de maneira massiva. “Existem diversos fatos que as pessoas não
comentam sobre os miomas e ter esse conhecimento pode auxiliar mulheres a perceberem
sintomas e buscarem tratamento adequado”, explica.
Entre as características não debatidas sobre os miomas,
está, por exemplo, o fato de que é uma doença presente em mulheres com alta
predominância estrogênica. “Ou seja, são mulheres com alta produção do hormônio
estradiol, o principal hormônio sexual feminino”, pontua o especialista.
Uma outra questão que deve ser esclarecida é o fato de
que a doença é mais predominante em mulheres afrodescendentes, por razões que
ainda desconhecemos e portanto, essa população de mulheres deve estar mais
atenta em realizar os seus exames anuais.
O diagnóstico precoce é fundamental e está diretamente
relacionado com a complexidade do tratamento. “Quando a mulher descobre um
mioma submucoso (que fica por dentro da cavidade uterina) que mede 2cm, por
exemplo, uma histeroscopia cirúrgica é suficiente para o tratamento eficaz e
preciso da doença, com uma internação de hospitalar de 6h de duração. Mas se
esse mesmo mioma for descoberto já acima dos 4cm, a sua retirada deixa de ser
tão simples e pode ser necessária a realização de dois procedimentos cirúrgicos
para resolver o problema com eficácia.”
“O mioma deve ser tratado e o tratamento varia
conforme os sintomas, o tamanho, a localização, sua relação com a cavidade uterina
e principalmente de acordo com os desejos e objetivos de cada mulher.”
Mulheres com desejo gestacional ou que não querem tirar o
seu útero, por qualquer que seja o motivo, tem a opção de passar por um
tratamento conservador, desde que passem por um planejamento terapêutico.
Miomas grandes dificultam mas não impossibilitam o
tratamento conservador, mas o quanto menores forem, melhores serão os
resultados das cirurgias conservadoras.
Dr. Alexandre Silva e Silva - se formou em 1995 na
Faculdade de Ciências Médicas de Santos em medicina. Sua especialização é em
ginecologia e obstetrícia com treinamento extensivo em Cirurgia Minimamente
Invasiva e Cirurgia Robótica. Além disso, possui certificação em cirurgia
robótica em 2007 no Hospital Metodista de Houston e certificação em cirurgia
robótica single site em 2016 em Atlanta, nos EUA. É mestre em ciências pela
Universidade de São Paulo em 2019 e foi pioneiro em cirurgia minimamente
invasiva a partir do ano de 1998, dando aulas de vídeo cirurgia desde
então. É referência em vídeo laparoscopia, vídeo histeroscopia e cirurgia
robótica.
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