Mudança hormonal preocupa saúde e beleza dos fios
femininos
Os 50 são os novos 30, isso
o século XXI já provou. Mas, apesar de ativa e plena, a mulher de meia idade
ainda precisa batalhar contra o fantasma da menopausa, que, dentre outras
coisas, por conta da queda brusca da produção de estrogênio pelos ovários, causa
a consequente baixa dos níveis de colágeno e, nesta bola de neve, provoca a
temida queda de cabelos. Para que essas mudanças hormonais não causem prejuízo
à beleza e saúde de seus fios, é importante que, ao entrar na menopausa, a
mulher procure o acompanhamento de um médico especialista.
Segundo Dra. Alessandra
Anzai, dermatologista e tricologista com grande atuação na área de estudos das
doenças dos cabelos, os hormônios femininos de regra são um estímulo natural do
corpo aos cabelos. “Com eles, os fios da mulher têm maior velocidade de
crescimento, mais brilho, são mais encorpados e grossos. Já os hormônios
masculinos têm efeito contrário, afinam e fazem cair, diminuindo o ciclo do
cabelo. A parada na produção de hormônios femininos consequentemente expõe a
mulher aos masculinos, o que causa a queda dos fios”, explica a
dermatologista de São Paulo.
Para identificar se a queda
está mais acentuada que o normal, é importante a observação da própria mulher.
“Não existe um número padrão de queda tolerável para todas as pessoas. Cada
paciente conhece seu corpo e tem seu próprio padrão. Mas, ao identificar um
aumento, maior que de costume, é importante procurar um dermatologista
especializado, que vai ajudar a diagnosticar e iniciar o tratamento”, diz
Dra. Alessandra.
A melhor maneira de tratar é
confirmar o diagnóstico. “Existem diversas causas para queda de cabelo, por
isso é muito importante que o dermatologista consiga investigar, examinar e
tentar determinar quais são os verdadeiros motivos. Se realmente é a menopausa
ou se há uma outra razão”, comenta a médica, que esclarece ainda que, ao
contrário do que se imagina, a reposição hormonal, nestes casos, não só não é
obrigatória como pode até ser uma inimiga dos fios. “Existem alguns tipos de
reposições que causam um estímulo maior dos hormônios masculinos, o que pode
causar piora na queda e no aspecto dos fios. A reposição serve para aliviar uma
série de sintomas da menopausa e deve ser uma decisão conjunta entre paciente e
médico ginecologista. Ela não é mandatória para o tratamento da queda de
cabelos”, esclarece.
Para o tratamento da queda,
Dra. Alessandra diz que os mais comuns são os tópicos, orais e procedimentos em
consultório. “Eles se baseiam principalmente no uso do Minoxidil, que é a
substância com maior evidência e eficácia comprovada. Mas é importante combinar
outras coisas como o uso de nutracêuticos e procedimentos em laser ou
microagulhamento, que tem a intenção de rejuvenescer o couro cabeludo.”
A dermatologista esclarece
ainda que uma boa alimentação é sempre fundamental, pois o cabelo também
precisa de calorias, proteínas e micronutrientes adequados. “Mas, sozinha,
ela não é capaz de mudar muito a estrutura dos fios, a não ser em casos
extremos de desnutrição”, explica.
Para finalizar, Dra.
Alessandra esclarece que não é mito a informação de que os fios novos que
nascem após a menopausa podem ser diferentes dos fios jovens. “Como eles são
estimulados pelas mudanças hormonais, eles podem vir mais finos, mais
quebradiços, menos brilhantes. Com a mudança da quantidade de glândulas
sebáceas e a chegada dos fios brancos, a mulher na menopausa também pode ter um
fio mais seco e com diferentes estruturas.”
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