Dr. Wandemberg
Barbosa explica que o formato e a consistência da prótese fazem com que ela
seja praticamente imperceptível ao toque e não consiga ser distinguida de um
músculo natural
Há não muito tempo a cirurgia plástica estética era
vista como um assunto ligado em sua totalidade ao universo feminino. Nos
últimos anos, vimos como este cenário se modificou bastante, o que podemos
constatar não apenas através de notícias ou por conhecidos, mas também por meio
de levantamentos realizados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP). Segundo a entidade, em 2019, um homem fazia um procedimento estético a
cada dois minutos no Brasil. A SBPC constatou também, em pesquisa apresentada
em 2020, que a porcentagem de pacientes do gênero masculino que se submeteram a
alguma cirurgia estética havia subido de 5% para 30% em cinco anos.
Entre os procedimentos mais procurados pelos homens
estão as cirurgias das pálpebras, do nariz e a lipoaspiração. Mas também cresce
a procura pelas cirurgias de próteses musculares, mais especificamente de
próteses peitorais, de bíceps e tríceps e de panturrilhas. Médico
referência em cirurgia plástica no Brasil, Dr. Wandemberg Barbosa, explica a
seguir para quem este tipo de procedimento é indicado, como é realizada a
cirurgia, quais os cuidados que o paciente precisa ter no pós-operatório, se há
impeditivos com relação à prática de exercícios físicos, entre outros detalhes.
Dr. Wandemberg informa que todas as próteses
masculinas são colocadas por baixo dos músculos, por meio de uma pequena
incisão na pele. Por serem feitas dessa forma, acabam deixando cicatrizes
discretas, quase imperceptíveis. “O implante da prótese peitoral, por exemplo,
é colocado na axila, através de uma pequena incisão em forma de “s”, que se
disfarça entre o sulco natural da região axilar”, relata.
Além disso, conforme Dr. Wandemberg, o formato e
consistência da prótese fazem com que ela seja praticamente imperceptível ao
toque e não consiga ser distinguida de um músculo natural. “Por exemplo,
a prótese de silicone para peitoral masculino tem a forma retangular com as
bordas arredondadas, é mais fina e diferentemente da prótese feminina, sua
consistência de gel se aproxima a de um músculo malhado”, diz.
O bom resultado estético faz com que a prótese
muscular seja bastante procurada pelos homens. De acordo com o Dr. Wandemberg,
as cirurgias mais buscadas pelo público masculino são as de peitoral, bíceps e
tríceps e panturrilha. O médico referência em cirurgia plástica no Brasil
explica que o procedimento na região do peito é indicado para homens que por
razões genéticas não conseguem um ganho muscular esperado através de exercícios
e também para casos em que há defeitos congênitos, como um peitoral pouco
desenvolvido ou mesmo a ausência do músculo uni ou bilateral.
No que se refere às cirurgias de bíceps e tríceps,
a procura maior, segundo Dr. Wandemberg é de pacientes que tiveram uma doença
que levou à perda de muita massa muscular, de pacientes jovens que não
conseguem desenvolver esses músculos por uma série de motivos e de pacientes
idosos. O médico ressalta ainda a procura por cirurgias de panturrilhas mesmo
em homens que se submetem uma grande quantidade de exercícios físicos em
academias. “As atividades físicas não são suficientes para que o músculo dessa
região se desenvolva. Esse grupo de pessoas acaba optando, então, por próteses
de silicone para reduzir a desproporção em relação aos músculos que ficam
hipertrofiados”, diz.
Não obstante a cirurgia de prótese ser indicada
também para jovens, Dr. Wandemberg informa que há um limite de idade para quem
deseja se submeter ao procedimento. “É preciso que o homem já tenha completado
18 anos para que a estrutura óssea já apresente desenvolvimento completo”, diz.
Além disso, segundo o médico, há restrições para quem sofre de doenças
sistêmicas não controladas, diabetes e hipertensão. “Essas pessoas precisam
falar com o médico para que seja avaliada se a cirurgia pode ser feita ou não”,
destaca.
Nesse sentido, Dr. Wandemberg ressalta a
importância de o paciente procurar um profissional gabaritado. “É essencial que
o cirurgião plástico seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP), e nunca faça a operação em um consultório ou clínica sem condições de
receber esse tipo de cirurgia”, afirma.
Após a cirurgia, o paciente deve tomar alguns
cuidados para o pronto restabelecimento. Segundo Dr. Wandemberg, na cirurgia de
bíceps e tríceps, após 24 horas do procedimento, o paciente já pode voltar para
a casa e cinco dias depois, está apto a retomar as atividades habituais. Para a
realização de exercício físicos, a recomendação é que se espere cerca de 45
dias, a fim de evitar que as próteses, que ainda não estão fixas, saiam do
lugar e deformem o corpo. Em relação à cirurgia de implante peitoral, o médico
recomenda repouso relativo na primeira semana, com a liberação de atividades
sociais cerca de 14 dias depois da intervenção, quando os pontos são retirados.
Já a prática de exercício leves é autorizada após 30 dias e a de exercícios com
os braços a partir de 60 dias.
Sobre a prática de exercícios físicos após o
implante. Dr. Wandemberg afirma que é recomendável. “De um a dois meses após a
cirurgia, o paciente não só pode como deve malhar, até por uma questão de
manutenção de um corpo saudável e da estética trazida pela prótese”, diz.
Conforme o médico, o fato de o silicone ser implantado em uma região onde o
nível de contratura dos músculos é quase zero faz com que as próteses não
impeçam ou prejudiquem qualquer atividade física. Contudo, aconselha
parcimônia. “É preciso que haja bom senso. O aumento dos músculos causado pela
malhação, em uma região onde já existe um volume maior devido ao silicone, pode
deixar as formas desproporcionais”, explica.
Dr. Wandemberg - cirurgião formado pela Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião oncológico
formado pelo Hospital A.C Camargo – Fundação Antônio Prudente. Inclusive foi
médico residente dessa instituição, terminando sua residência em 1981. Algum
tempo depois, montou o Serviço de Cirurgia Oncológica do antigo Hospital
Matarazzo (atual Hospital Humberto I), na capital paulista, onde atendia
milhares de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo um alto
padrão de cirurgias, junto com assistentes e residentes. Nessa ocasião, foi responsável
por criar uma residência médica neste hospital. Em 1989, começou a trabalhar no
Hospital 9 de Julho, também em São Paulo, onde instituiu um grupo de cirurgia
oncológica, no qual atuou até 2005. Em 1998, concluiu mestrado em Cirurgia
Plástica Reparadora pela Faculdade Medicina da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), e, em 1999, titulou-se especialista em Cirurgia Plástica pela
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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