sexta-feira, 1 de abril de 2022

Casos de bruxismo triplicaram na pandemia

Ortodontista alerta para cuidados, prevenção e tratamento da doença que pode levar até à perda dos dentes


Diretamente ligado à ansiedade e tensão, o bruxismo - hábito de encostar, apertar ou ranger os dentes, ou apenas contrair a musculatura sem nem mesmo tocar os dentes – teve seu número de casos aumentado consideravelmente durante a pandemia da COVID-19.

Segundo um levantamento feito pela pós-graduação em odontologia e psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), os casos de bruxismo durante o sono mais que triplicaram no período pandêmico, saltando de 8% dos avaliados, para 28%, e os do chamado bruxismo de vigília, aquele que ocorre com a pessoa acordada dobraram, saltando de 6 para 12%.  

“Existem vários fatores que estão associados a esse distúrbio. De pouca incidência, temos os fatores genéticos e físicos, mas o mais comum é o bruxismo causado por fatores psicológicos, como estresse, irritação e ansiedade. E se engana quem acha que o bruxismo só acontece no período da noite, quando dormimos: é bem comum encontrar pacientes com bruxismo diurno”, explica a ortodontista, Viviane Vivaldi.

Alguns sintomas de bruxismo mais frequentes são: dificuldade, dor ou limitação para movimentar ou abrir a boca, principalmente pela manhã; dores de cabeça matinais ou no fim do dia; aumento do volume da musculatura da face; desgastes anormais dos dentes; quebra de dentes e restaurações sem causa aparente; língua e bochechas com marcas de dentes ou de mordidas. “Nos casos mais graves, pode até levar a perda de audição parcial (aquela sensação de zunido no ouvido), travamento mandibular e recessões gengivais”, complementa a especialista.

Mas, há um tratamento específico para esse distúrbio? “Na verdade, o tratamento é para os sintomas e efeitos do bruxismo para minimizar os danos causados por ele. Primeiramente, atente-se aos sinais e procure imediatamente um especialista. Entre os tratamentos mais indicados, estão: uso de placa ou aparelho transparente para equilibrar a oclusão; infiltração medicamentosa; infiltração muscular; toxina botulínica; fisioterapia e até uso de antidepressivos – quando o caso se agrava e é preciso levar ao psiquiatra”, diz Viviane.


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