Especialistas falam sobre crianças que, ainda muito novas, conseguiram fazer da internet uma fonte de renda, e pontuam as consequências positivas e negativas da atuação profissional na infância
Com a presença tão marcante das redes
sociais no cotidiano, trabalhar com a internet se tornou algo muito lucrativo,
uma vez que sua monetização fez com que muitas pessoas passassem a garantir
renda através da geração de conteúdo e entretenimento. Mas o que falar dos
jovens prodígios? Por volta de 20 anos atrás, com a popularização da web
no Brasil, os incentivos passaram a ser mais intensos e velozes.
Há algum tempo, tudo não passaria de um
hobby, no entanto, conforme os talentos foram surgindo, novas oportunidades de
fazer com que a diversão virasse profissão foram se revelando, como no caso do
youtuber Felipe Molero. Conhecido em suas redes por trazer uma abordagem
descomplicada para o público jovem sobre finanças, com apenas 13 anos já é
produtor de conteúdo, palestrante, investidor, empresário e influenciador
digital.
Mas não para por aí, pensar no Kid
Investor, nome de seu canal, como uma exceção raríssima pode ser um engano ao
não levar em consideração as diversas crianças com aptidão que abordam
temáticas importantes e desenvolvem entretenimento no espaço virtual. O senso
de responsabilidade que está sendo formado e as diferentes maneiras de se obter
conhecimento e transmiti-lo têm sido cada vez mais bem recebidas entre a
juventude, pais e educadores.
Impactos diversos
“O impacto que a tecnologia trouxe para
essa geração causou novos estímulos, tendo efeitos tanto emocionais, quanto
sociais. Hoje em dia, se pararmos para pensar nos inúmeros benefícios da
tecnologia, podemos observar o despertar de novos aprendizados, desenvolvimento
da independência intelectual, capacidade de networking e interação com público
maior fazendo com que os jovens aprimorem sua capacidade de socialização e
comunicação”, expõe o psicólogo Fernando Machado.
A partir do estímulo correto e
supervisão adequada, esse contato com o digital é certamente convertido em
habilidades remuneradas e proveitosas para o desenvolvimento pessoal, indo além
do financeiro, influenciando os pequenos a terem mais desenvoltura em várias
áreas da vida. Com isso, vale ressaltar como pode ser relevante a visão de um
adulto, familiar ou profissional para que esse desenvolvimento possa ser
traçado e trilhado com excelência.
O psicólogo do Hospital Anchieta de
Brasília, ainda traz um olhar sensível também sobre as crianças que são
introvertidas e os impactos negativos para saúde mental causados pela imposição
dessa exposição ao mundo virtual. “Não muito raro, jovens na fase da pré-
adolescência costumam ser mais introvertidos e os pais que vêem essa contenção
social como algo que precisa de cura, por diversas vezes, acabam causando
significativas marcas na saúde mental de seus filhos. Complexos de
inferioridade, problemas de autoestima, desincentivo, são alguns dos problemas
gerados a partir dessa exigência de que os mesmos sejam ativos nas redes
sociais.”
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