Alexandre Sousa,
diretor de marketing na Everlog, diz que indústria não deve repassar aos seus
clientes os constantes aumentos no valor do frete e que a tecnologia pode
auxiliar nesse processo
“Custos não existem para serem calculados, mas reduzidos”, diz
especialista em gestão de fretes, explicando o papel da tecnologia na
manutenção da competitividade frente à alta dos combustíveis
Com a recente crise entre Rússia e Ucrânia, os
preços dispararam no Brasil, cenário ocasionado especialmente pela alta dos
combustíveis. O efeito cadeia produzido afeta vários ramos da sociedade, do
fabricante ao consumidor, de insumos a serviços.
Com o atual cenário, o diesel acumulou alta de 68%,
refletindo no preço do frete, que atingiu alta de 29%, conforme informa a
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
No setor industrial, todo esse movimento também
traz uma série de problemas, especialmente no que diz respeito ao transporte de
cargas Brasil afora. Os reajustes, sendo repassados aos consumidores, podem
causar impactos na competitividade da empresa e, por isso, a reinvenção terá
que ser a ordem do momento, segundo os especialistas do setor de transportes.
“Custos não existem para serem calculados, mas
reduzidos”, diz Alexandre Gonçalves Sousa, diretor de vendas e marketing da
Everlog, startup que desenvolve soluções para gestão de logística e transporte
e que ajuda embarcadores na redução de custos das operações de frete a partir
da tecnologia.
O especialista reforça que existem formas de manter
a competitividade nas operações reduzindo os custos da operação. Entre elas
estão as boas negociações na hora de fechar parcerias com empresas de
transporte e logística e o uso de tecnologias para isso, pois elas permitem a
melhor escolha na hora de negociar os valores do frete.
Atualmente, existem plataformas tecnológicas que
permitam ao embarcador realizar cotações de frete, comparando modalidades como
peso, valor, quilometragem, adicionais e taxas, tabelas de preço ou
simplesmente reajustes nas tabelas vigentes. Com foco nos resultados e não no
processo, a simulação é feita com simplicidade e leva a uma tomada de decisão
mais acertada, sempre focada na redução de custos.
Outro ponto em que a tecnologia auxilia na economia
a partir da conectividade é tanto para evitar quanto para identificar veículos
com cargas ociosas. Muitas vezes o preço do frete é calculado incluindo os
trajetos de ida e volta (que o caminhão volta vazio) e com sistemas adequados é
possível identificar esses veículos ociosos e negociar fretes bem mais em
conta.
Partindo para a gestão, Alexandre Sousa também
ressalta a importância da negociação de prazos para a redução de custos. Quanto
mais urgente, mais caro sai o frete. Com o uso de Business Intelligence, é
possível cruzar dados e ter um panorama mais preciso das demandas e, assim,
montar operações muito mais assertivas, inclusive mapeando a gestão da entrega
de ponta a ponta.
Ainda, e não menos importante, a auditoria de frete
também tem que ser automatizada. Uma plataforma compartilhada de auditoria e
conferência de fretes garante o compliance dos pagamentos de frete ao mesmo
tempo que resolve problemas de prazos de pagamentos e controla melhor os custos
com transporte.
Dessa maneira, todas as informações ficam
centralizadas, permitindo uma visibilidade operacional que evita maiores
problemas, como atraso de entregas, automatizando a gestão e deixando o gestor
com mais “cabeça” para a tomada de decisões, focando na gestão dos custos de
transporte.
Cerca de 8% do petróleo brasileiro vem da Rússia,
além de 62% dos fertilizantes, sem contar os 20% de polímeros e 22% de produtos
semiacabados em ferros e aços vindos da Ucrânia, segundo dados da Secex
(Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério da Economia. “Infelizmente o
cenário não parece ter uma melhora nos próximos meses, e como esse é um cenário
global, repassar custos aos clientes é quase como pedir falência. Com uma
gestão tecnológica, é possível sim encontrar novos caminhos”, reforça Alexandre
Sousa.
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