A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória séria, que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo. Essa doença afeta predominantemente o intestino delgado (íleo) e o intestino grosso (cólons), mas também pode surgir em qualquer parte do trato gastrointestinal, explica Ricardo Guilherme Viebig, diretor técnico do núcleo de motilidade digestiva de neurogastroenterologia do hospital IGESP e presidente da SBMDN -- Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia.
A doença de Crohn afeta predominantemente os jovens e a sua razão
ainda não é conhecida, mas há indícios de que seja causada por problemas no
sistema imunológico, que fazem com que o intestino tenha uma reação
inflamatória excessiva diante de algumas substâncias ou bactérias.
Alguns fatores podem estar relacionados com a doença de Crohn,
como histórico familiar da enfermidade, ser de origem judaica ou ter
parentescos com pessoas da Europa Ocidental. Além disso, o tabagismo e uso
contínuo de anticoncepcionais também têm mais chances de desenvolver a doença.
Sintomas
Os sintomas podem ser intermitentes, ou seja, aparecer e
desaparecer, até se tornarem permanentes. Os mais comuns são: diarréia, cólicas
abdominais, febre, falta de apetite, perda de peso e presença de sangue nas
fezes.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela suspeita clínica, de acordo com os
sintomas persistentes e pelo exame físico. Exames de sangue trazem informações
indiretas a respeito da doença de Crohn e podem qualificar determinadas
complicações.
“A colonoscopia com biópsia e avaliação do íleo terminal é o
melhor recurso para o diagnóstico do Crohn. Exames de raio x, tomografia ou
ressonância magnética também podem ser solicitados pelo médico para ajudar a
entender a extensão e a gravidade da doença, assim como controlar seu
tratamento”, explica.
Tratamento
Apesar da cura não ser possível em muitos casos, essa doença
possui tratamentos que ajudam a reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. “Os
medicamentos prescritos pelo médico ajudam a eliminar a diarreia e dores
abdominais, amenizar a inflamação do intestino e a modificar o modo que o
sistema imunológico funciona.”
Além dos medicamentos, alguns hábitos são determinantes para
auxiliar no tratamento, como:
- não fumar;
- Manter o corpo hidratado;
- ingerir suplementos de ferro, cálcio e vitamina D;
- evitar o consumo de nozes, frutas e verduras cruas quando
estiver em crise;
- diminuir o consumo de laticínios.
Todos os medicamentos devem ser prescritos sob orientação do médico.
Hospital IGESP
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