Especialista
explica o que muda com essa solução e quais as outras opções de testes para
identificação da Covid-19
Na semana passada, a Anvisa aprovou a liberação dos chamados autotestes para COVID-19. Apesar de a utilização de autotestes vir em um momento de alta demanda de buscar por testes para identificação do coronavírus, uma vez que, segundo as informações divulgadas pela Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA), que apontou crescimento de 44% em um intervalo de duas semanas, ainda existem algumas dúvidas sobre como os dados gerados a partir desta ação serão reportados para controle epidemiológico e, além disso, preocupa o fato de a medida não ser atrelada a uma estratégia de testagem ampla da população.
Neste momento, é importante
lembrarmos que além da novidade do autoteste, já existem outras duas opções
para detecção do vírus, que já são utilizadas desde do início da pandemia: o RT-PCR
(sigla em inglês que quer dizer Transcrição Reversa seguida de reação em Cadeia
da Polimerase) e o Teste de Antígeno, ambos são fortemente indicados
para identificação.
Como funcionam cada um dos testes
·
Autoteste
O
autoteste para Covid-19 é um exame de antígeno realizado pela própria pessoa em
sua casa por meio da coleta do material no nariz com cotonete ou por saliva. A
rapidez do resultado pode ser explicada pelo mecanismo utilizado pelo teste
para identificar ou não a presença do vírus nas amostras.
“A chegada do autoteste e essa é uma boa notícia no que tange seu
estímulo a uma cultura de testagem espontânea mais frequente na população.
Porém, seria muito importante que todo o portfólio de testes disponíveis fosse
devidamente posicionado dentro de um plano de testagem ampla da população,
preferencialmente coordenado com a vasta rede de laboratórios públicos e
privados do país, e que leve em conta as características técnicas dos
diferentes testes disponíveis para as pessoas sintomáticas e assintomáticas.
Ainda é tempo de assumir o controle da pandemia no Brasil, com os vários
exemplos bem sucedidos ao redor do mundo, sabemos que é possível”, comenta
Eduardo Razza, Doutor em Biotecnologia e Farmacologia e Gerente de
Desenvolvimento de Mercado da Thermo Fisher Scientific no Brasil.
·
RT-PCR
O RT-PCR consiste em um método laboratorial de diagnóstico
molecular, ou seja, que detecta a presença do material genético do vírus. A
amostra utilizada é obtida da mucosa das vias respiratórias. Ele é considerado
o método padrão ouro, ou seja, o melhor e mais indicado para diagnóstico da
COVID-19 e suas variantes, podendo detectar o vírus nos primeiros dias após o
indivíduo o contrair, mesmo sem apresentar sintomas. Os testes RT-PCR apresentam sensibilidade maior que 95%
e especificidade maior que 99%, sendo que o resultado pode sair em três horas,
a partir do início da análise da amostra.
Este
tipo de teste é ideal quando:
ü
São necessários resultados precisos e com alta
confiabilidade.
ü
Para a testagem diagnóstica e de vigilância da
população.
ü
Em casos de pessoas assintomáticas.
ü
Caso o paciente apresente sintomas e um resultado
negativo do Ag-RDT. Nesta situação, recomenda-se que se faça um teste de RT-PCR
para confirmar.
·
Teste de
antígeno ou Ag-RDT
Os testes de antígeno ou Ag-RDTs detectam a presença do antígeno viral e deve ser utilizado
na fase inicial ou ativa da doença. Isto é, deve ser feito no momento que
aparecem os primeiros sintomas, preferencialmente entre o 3º e o 6º dia após a
exposição ao vírus.
Este
tipo de teste é considerado útil quando:
ü
São
necessários conveniência e velocidade para determinar
rapidamente se uma pessoa pode estar com o vírus.
ü
Para os contextos de testagem no local de
atendimento e triagem de grupos de alto risco, sendo não recomendado para
populações assintomáticas.
ü
Ideal para alcançar regiões mais distantes, de
difícil acesso a uma rede de laboratórios.
A
Thermo Fisher Scientific desenvolveu o kit multiplex de PCR em tempo
real TaqPath COVID-19 RT-PCR CE-IVD descrito nos principais protocolos mundiais
para detecção da COVID-19 e que também possui registro na Anvisa. Além dos
testes TaqPath COVID-19 originais, a Thermo Fisher desenvolveu os testes
TaqPath COVID-19 2.0 com um design de ensaio avançado para compensar as mutações
emergentes. Os ensaios TaqPath COVID-19 2.0 detectam a presença de SARS-CoV-2
utilizando oito genes alvos nas regiões orf1a/b e N do vírus. Como solução
complementar, a Thermo Fisher também lançou seu Painel de Mutações TaqMan
SARS-CoV-2, capaz de identificar todas as variantes de preocupação reportadas
até o momento pela OMS.
Antes da
pandemia, a empresa produzia 100 mil kits de testes, por semana, e agora tem
capacidade para fazer 15 milhões no mesmo período. Para o Brasil, a Thermo
Fisher tem disponível 3 milhões de testes, semanalmente, podendo aumentar a
capacidade, dependendo da demanda dos laboratórios e órgãos de saúde.
Thermo Fisher Scientific
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