A doença é uma condição progressiva e pode ser
tratada e prevenida[i][ii][iii].
Atualização do protocolo amplia arsenal terapêutico e permite individualização
do tratamento
A Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) acaba de divulgar[iv] parecer positivo para a inclusão do dispositivo de inalação
em nuvem, Spiolto Respimat®, no Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas (PCDT) da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A
atualização, a primeira desde 2013, tem o objetivo de ampliar o acesso a opções
terapêuticas mais modernas e eficientes, possibilitando individualizar o
tratamento dos pacientes com a doença.
Em linha com os
protocolos internacionais de tratamento da DPOC, o Ministério da Saúde
incorporou dois novos broncodilatadores à rede pública: a associação em pó
inalante (brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol) e a solução para
inalação em nuvem suave (tiotrópio monoidratado + cloridrato de olodaterol)[v]
[vi].
Em estudos clínicos controlados, ambas as opções de
tratamento se mostraram eficazes. Entretanto, como a capacidade do paciente de
atingir um fluxo inspiratório mínimo para inalar o medicamento de forma
eficiente influencia os resultados do tratamento, o Ministério da Saúde optou
por oferecer dois novos broncodilatadores. O dispositivo de pó seco oferece maior
resistência ao fluxo de ar, enquanto a inalação em nuvem oferece menos
resistência, sendo uma alternativa para pacientes com DPOC, que apresentem
capacidade de exalar o ar reduzida (VEF1 [vii]
[viii].
“Essa é uma grande conquista para médicos e pacientes. A inclusão dessas novas opções de tratamento na rede pública de saúde tem potencial de, aliada ao diagnóstico precoce, reduzir exacerbações, internações e mortalidade pela DPOC no país”, explica o Dr. José Roberto Megda, Pneumologista do Hospital Universitário de Taubaté. Quanto mais opções de tratamento, mais cedo o médico consegue iniciar o cuidado adequado ao paciente, retardando a progressão da doença, que geralmente surge em pessoas acima de 40 anos. “Outro grande avanço do novo protocolo de tratamento é proporcionar a individualização do tratamento, com base na condição clínica no paciente, possibilitando melhores resultados no controle da doença”, completa.
Com a incorporação desses novos tratamentos, o
Ministério da Saúde espera reduzir a morbimortalidade, melhorar a qualidade de
vida, evitar o absenteísmo ao trabalho e diminuir o do uso dos serviços de
saúde.
Sobre a DPOC
A doença pulmonar
obstrutiva crônica, também conhecida como enfisema pulmonar, é uma condição
progressiva e séria que limita o fluxo de ar nos pulmões e afeta a qualidade de
vida dos pacientes, por produzir sintomas como tosse crônica, expectoração e
falta de ar, que muitas vezes impedem a realização de atividades básicas do dia
a dia [ix]
[x].
No Brasil, quatro
brasileiros morrem por hora, 96 por dia e 40 mil todos os anos [xi]em decorrência da DPOC. O tabagismo é o
principal fator de risco para a doença, seguido de exposição ocupacional e
ambiental envolvendo vapores químicos, poeira e outras partículas que provocam
irritação pulmonar [xii].
Boehringer Ingelheim
Site
da Boehringer
[i]
World Health Organization, Cardiovascular diseases: Chronic obstructive
pulmonary disease (COPD) Disponível aqui.
Acesso em junho de 2021.
[ii]
Fernandes, F. L. A., Cukier, A., Camelier, A. A., Fritscher, C. C., Costa, C.
H. D., Pereira, E. D. B., ... & Lundgren, F. L. C. (2017). Recomendações
para o tratamento farmacológico da DPOC: perguntas e respostas. Jornal
Brasileiro de Pneumologia, 43, 290- 301.
[iii]
Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease -- GOLD 2021 [homepage
na internet]. Bethesda: Global strategy for the diagnosis, management, and
prevention of chronic obstructive lung disease 2021 report. Disponível aqui
[acesso em 25 jun 2021].
[v]
BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório no 585 - Broncodilatadores Antagonistas
Muscarínicos de Longa Ação (LAMA) + Agonistas Beta2-Adrenérgicos de Longa Ação
(LABA) para o tratamento de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
2020.
[vi]
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E
INSUMOS ESTRATÉGICOS EM SAÚDE. PORTARIA SCTIE/MS No 66, DE 28 DE DEZEMBRO DE
2020. Torna pública a decisão de incorporar o brometo de umeclidínio +
trifenatato de vilanterol, conforme Prot. Diário Oficial da União. 2020
[vii]
Grant AC, Walker R, Hamilton M, Garrill K. The ELLIPTA® Dry Powder Inhaler:
Design, Functionality, In Vitro Dosing Performance and Critical Task Compliance
by Patients and Caregivers. J Aerosol Med Pulm Drug Deliv. 2015 Dec;28(6):474--85.
[viii]
Baloira A, Abad A, Fuster A, García Rivero JL, García-Sidro P, Márquez-Martín
E, et al. Lung Deposition and Inspiratory Flow Rate in Patients with Chronic
Obstructive Pulmonary Disease Using Different Inhalation Devices: A Systematic
Literature Review and Expert Opinion. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis.
2021;16:1021--33.
[x]
Halbert RJ, Isonaka S, George D, Iqbal A. Interpreting COPD prevalence
estimates: What is the true burden of disease? Chest
[Internet].2003;123(5):1684--92.
[xi]
Centers for Disease Control and Prevention (CDC).Chronic obstructive pulmonary
disease among adults--United States, 2011. MMWR Morb Mortal Wkly Rep
[Internet]. 2012 Nov 23;61(46):938--43. Disponível aqui.
Acesso em: dezembro de 2021.
[xii]
Devine JF. Chronic obstructive pulmonary disease: an overview. Br J Nurs
[Internet]. 2008;25(7):360--6. Available here.
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