terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Novas opções de tratamento para DPOC são incorporadas ao SUS

A doença é uma condição progressiva e pode ser tratada e prevenida[i][ii][iii]. Atualização do protocolo amplia arsenal terapêutico e permite individualização do tratamento


A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) acaba de divulgar[iv] parecer positivo para a inclusão do dispositivo de inalação em nuvem, Spiolto Respimat®, no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A atualização, a primeira desde 2013, tem o objetivo de ampliar o acesso a opções terapêuticas mais modernas e eficientes, possibilitando individualizar o tratamento dos pacientes com a doença.
 

Em linha com os protocolos internacionais de tratamento da DPOC, o Ministério da Saúde incorporou dois novos broncodilatadores à rede pública: a associação em pó inalante (brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol) e a solução para inalação em nuvem suave (tiotrópio monoidratado + cloridrato de olodaterol)[v] [vi].

Em estudos clínicos controlados, ambas as opções de tratamento se mostraram eficazes. Entretanto, como a capacidade do paciente de atingir um fluxo inspiratório mínimo para inalar o medicamento de forma eficiente influencia os resultados do tratamento, o Ministério da Saúde optou por oferecer dois novos broncodilatadores. O dispositivo de pó seco oferece maior resistência ao fluxo de ar, enquanto a inalação em nuvem oferece menos resistência, sendo uma alternativa para pacientes com DPOC, que apresentem capacidade de exalar o ar reduzida (VEF1 [vii] [viii].

“Essa é uma grande conquista para médicos e pacientes. A inclusão dessas novas opções de tratamento na rede pública de saúde tem potencial de, aliada ao diagnóstico precoce, reduzir exacerbações, internações e mortalidade pela DPOC no país”, explica o Dr. José Roberto Megda, Pneumologista do Hospital Universitário de Taubaté. Quanto mais opções de tratamento, mais cedo o médico consegue iniciar o cuidado adequado ao paciente, retardando a progressão da doença, que geralmente surge em pessoas acima de 40 anos. “Outro grande avanço do novo protocolo de tratamento é proporcionar a individualização do tratamento, com base na condição clínica no paciente, possibilitando melhores resultados no controle da doença”, completa.  

Com a incorporação desses novos tratamentos, o Ministério da Saúde espera reduzir a morbimortalidade, melhorar a qualidade de vida, evitar o absenteísmo ao trabalho e diminuir o do uso dos serviços de saúde.

 

Sobre a DPOC

A doença pulmonar obstrutiva crônica, também conhecida como enfisema pulmonar, é uma condição progressiva e séria que limita o fluxo de ar nos pulmões e afeta a qualidade de vida dos pacientes, por produzir sintomas como tosse crônica, expectoração e falta de ar, que muitas vezes impedem a realização de atividades básicas do dia a dia [ix] [x].

No Brasil, quatro brasileiros morrem por hora, 96 por dia e 40 mil todos os anos [xi]em decorrência da DPOC. O tabagismo é o principal fator de risco para a doença, seguido de exposição ocupacional e ambiental envolvendo vapores químicos, poeira e outras partículas que provocam irritação pulmonar [xii].

 


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[i] World Health Organization, Cardiovascular diseases: Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) Disponível aqui. Acesso em junho de 2021.

[ii] Fernandes, F. L. A., Cukier, A., Camelier, A. A., Fritscher, C. C., Costa, C. H. D., Pereira, E. D. B., ... & Lundgren, F. L. C. (2017). Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC: perguntas e respostas. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 43, 290- 301.

[iii] Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease -- GOLD 2021 [homepage na internet]. Bethesda: Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive lung disease 2021 report. Disponível aqui [acesso em 25 jun 2021].

[iv] Disponível aqui.

[v] BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório no 585 - Broncodilatadores Antagonistas Muscarínicos de Longa Ação (LAMA) + Agonistas Beta2-Adrenérgicos de Longa Ação (LABA) para o tratamento de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. 2020.

[vi] BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E INSUMOS ESTRATÉGICOS EM SAÚDE. PORTARIA SCTIE/MS No 66, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2020. Torna pública a decisão de incorporar o brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol, conforme Prot. Diário Oficial da União. 2020

[vii] Grant AC, Walker R, Hamilton M, Garrill K. The ELLIPTA® Dry Powder Inhaler: Design, Functionality, In Vitro Dosing Performance and Critical Task Compliance by Patients and Caregivers. J Aerosol Med Pulm Drug Deliv. 2015 Dec;28(6):474--85.

[viii] Baloira A, Abad A, Fuster A, García Rivero JL, García-Sidro P, Márquez-Martín E, et al. Lung Deposition and Inspiratory Flow Rate in Patients with Chronic Obstructive Pulmonary Disease Using Different Inhalation Devices: A Systematic Literature Review and Expert Opinion. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis. 2021;16:1021--33.

[ix] Disponível aqui.

[x] Halbert RJ, Isonaka S, George D, Iqbal A. Interpreting COPD prevalence estimates: What is the true burden of disease? Chest [Internet].2003;123(5):1684--92.

[xi] Centers for Disease Control and Prevention (CDC).Chronic obstructive pulmonary disease among adults--United States, 2011. MMWR Morb Mortal Wkly Rep [Internet]. 2012 Nov 23;61(46):938--43. Disponível aqui. Acesso em: dezembro de 2021.

[xii] Devine JF. Chronic obstructive pulmonary disease: an overview. Br J Nurs [Internet]. 2008;25(7):360--6. Available here.


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