segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Como viabilizar a solidariedade como ‘nova’ constante nas ações nas esferas pública e privada?


A construção de uma sociedade solidária é um dos objetivos do Brasil, segundo a Constituição da República de 1988. Entretanto, está certo afirmar que a solidariedade costuma se fazer mais presente no país apenas quando algo muito grave acontece e depois volta a dormir no texto legislativo? 

Talvez ocorra maior visibilidade de alguns casos de solidariedade, passando desapercebidos outros tantos “pequenos” atos do dia a dia da vida de inúmeros brasileiros que se engajam em gestos que podem estar: (a) salvando vida de pessoas; (b) auxiliando na promoção de vidas dignas; e (c) gerando bem-estar para muitos.  

Esse engajamento, que emana da essência do humano que vê no outro alguém igual em dignidade, deve ser o mais valorizado possível e, assim, comprovar que é possível que a solidariedade seja uma constante nas ações tanto na vida privada quanto na esfera pública; aliás, deve ser a essência desta, uma vez que voltada ao bem comum. 

Quais os benefícios de uma solidariedade cotidiana? Como exposto acima, a solidariedade é fonte de vida, de dignidade e bem-estar ao destinatário do ato e, também, para quem pratica; este também se beneficia. Os níveis aumentados de bem-estar e felicidade gerados naquele que apoia outrem já foram comprovados cientificamente.  

Por óbvio que cada pessoa poderá auxiliar outra a partir de uma análise prévia de sua condição ou do reconhecimento das funções que exerce, sendo este o convite que agora se faz: no exercício diário de planejamento de vida, que tal incluir minutos de reflexão sobre como ser mais solidário? 

Nesta análise, é importante ponderar o impacto dos pequenos atos, reconhecer o que já está sendo feito e verificar se é possível melhorar ou ampliar estes, além de estimular nos outros ações similares. Se a solidariedade faz parte com especial destaque em sua função, reconheça o mérito e o valor disso e saiba o quanto é um agente de transformação da realidade. 

Então, aqui se afirma a importância de ações com esse perfil para que não só esse ano, que já está um pouco “avançado”, mas também todos os próximos, sejam de humanidade com foco em consideração, empatia, compaixão... enfim, de tudo quanto possível para a realização daquele objetivo.
 


Aline da Silva Freitas - doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade de São Paulo e professora de Direito Público da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.


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