Entidade
destaca que a expectativa de vida dos homens é inferior à das mulheres e um dos
motivos é justamente a ausência de consultas médicas preventivas
Ao descobrir a
gestação, uma das principais curiosidades da mulher e de todos que a cercam é
saber o sexo do bebê. No entanto, poucos se atentam que o gênero também será um
fator indicativo para a expectativa de vida daquela criança em formação.
Segundo a Tábua Completa de Mortalidade de 2019, divulgada em novembro de 2020
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de
vida das mulheres é de 80,1 anos, ante 73,1 anos dos homens.
Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), a cada três pessoas adultas que morrem no Brasil, duas
são do sexo masculino. Um dos motivos que explicam esse cenário é o fato de os
homens procurarem menos a consulta médica preventiva. Por isso, a Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) aproveita o Novembro Azul, mês de
conscientização do câncer de próstata, para ampliar o debate sobre a saúde
masculina.
"A maioria dos
homens busca os serviços de saúde somente quando os sintomas já estão graves
e/ou limitantes ou quando a própria doença já está em seu estágio mais
avançado. Segundo o Programa Nacional de Saúde (PNS), em 2019, 82,3% das
mulheres procuraram, em algum momento do ano, um auxílio médico. Já o índice de
homens foi de 69,4%", aponta Dr. Marco Túlio Cintra, vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o
segundo mais comum entre os homens, sendo superado apenas pelo câncer de pele
não-melanoma. Entretanto, não é apenas o câncer de próstata que exige atenção,
como afirma Dr. Marco Túlio: "As taxas de doenças cardiovasculares,
diabetes e hipertensão arterial são, em geral, mais elevadas em homens".
Ainda segundo o
vice-presidente da SBGG, uma das principais causas dessa falta de cuidado
masculino com a saúde é de ordem cultural. "Os idosos atuais foram
educados, desde pequenos, com alguns estereótipos, como o que diz que o homem
deve ser forte, que não pode parar suas atividades por qualquer problema de
saúde, que não pode demonstrar fraqueza. Então, por vergonha, receio, orgulho
ou desconhecimento, os homens não costumam frequentar os consultórios".
Por fim, Dr. Marco Túlio
esclarece com qual periodicidade os homens idosos devem realizar as consultas
médicas preventivas: "O ideal é que eles façam a avaliação periódica de
saúde anualmente. Quanto ao câncer de próstata, especialmente quando há
histórico familiar da doença e o paciente for da raça negra, deve-se considerar
o exame anual a partir dos 45 anos. Nos demais casos, deve-se discutir caso a
caso, sendo a evidência mais elevada a realização do exame anual entre os 55 e
69 anos. "Só com o diagnóstico precoce é que conseguiremos diminuir um
pouco essa diferença de quase dez anos na expectativa de vida entre homens e
mulheres e, principalmente, permitir que os homens envelheçam com
independência, autonomia e qualidade de vida. É necessário que todos tenham
claro que cuidar da saúde também é coisa de homem", finaliza o
vice-presidente da SBGG.
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