Conheça algumas substâncias presentes no mau hálito e como
combatê-las
Embora tratado socialmente como um
problema simples e que é facilmente resolvido com uma higiene bucal adequada, o
mau hálito, flagelo antigo das relações pessoais, emerge agora também como
assunto de interesse científico capaz de atrair a atenção de
bacteriologistas, fisiologistas, químicos e psicólogos. Na área da odontologia,
a cirurgiã-dentista, Dra. Cláudia C. Gobor, atual conselheira da Associação
Brasileira de Halitose, reforça alguns bons hábitos que se deve ter para
minimizar esse mal.
Mel Rosemberg, microbiologista
canadense que trabalha na Universidade de Tel-Aviv, publicou uma revisão
sobre o tema na revista Scientific American. Cerca de 85%
a 90% dos casos de halitose se originam na boca, um ecossistema no qual
vivem centenas de espécies de bactérias com diferentes necessidades
nutricionais. Quando essa flora digere proteínas, podem ser liberadas
substâncias que têm mau cheiro. Entre elas: gás sulfídrico, resultante do
metabolismo anaeróbico (cheiro de ovo estragado), escatol (substância também
encontrada nas fezes), cadaverina (associada à decomposição de corpos),
putrescina (à decomposição de carne) e ácido isovalérico, também presente
no suor dos pés. “A mistura dos odores dessas substâncias não
costuma ser percebida pelos portadores de halitose, mas provoca repulsa
nos que se relacionam com eles”, afirma Gobor.
“Pesquisas recentes de Walter
Loesche, na Universidade de Michigan, demonstraram que os microrganismos
presentes na língua são diferentes dos da placa dentária, comenta a
especialista. Estudando pessoas saudáveis com halitose, o grupo de Loesche
mostrou que a principal região anatômica responsável pela halitose não é a
placa dentária, como se pensava, mas a área mais posterior da língua,
no fundo da cavidade oral.
A explicação é simples: essa região
recebe um fluxo diminuído de saliva e contém grande número de
pequenas criptas (invaginações), nas quais as bactérias podem esconder-se.
Nesse local privilegiado, elas digerem as proteínas de restos alimentares
aí retidos e as contidas no muco que goteja imperceptível dos seios da
face na direção da faringe (gotejamento pós-nasal). Esse gotejamento
persistente é encontrado em cerca de 25% da população urbana, como
resultado de alergias, poluentes químicos e processos
inflamatórios das mucosas nasais e dos seios da face (sinusites).
Outra causa de halitose com origem na
boca é a má conservação dos dentes, inflamação das gengivas, restos
alimentares entre os dentes e abscessos. De 5% a 10% dos casos são provocados por
inflamações das fossas nasais; 3% têm sua origem em processos infecciosos
localizados nas amídalas e apenas 1% em outras localizações.
Rarissimamente o estômago ou outras partes do aparelho digestivo estão
envolvidos na halitose.
“Como a saliva contém substâncias
bactericidas e seu fluxo contínuo se encarrega de “lavar” mecanicamente a
cavidade oral, qualquer evento que provoque ressecamento da boca pode ser
causa de mau hálito: jejum prolongado, desidratação, respirar pela boca,
falar por muito tempo, ar condicionado, estresse e centenas de
medicamentos”, alerta a dentista. A especialista ainda afirma que o cigarro
pode provocar halitose porque resseca a boca, piora as condições das
gengivas, aumenta o gotejamento pós-nasal e deixa um resíduo que perverte
o aroma bucal.
Medidas de controle
- Com
delicadeza, procure escovar a parte de trás da língua. Evite
machucá-la, apenas remova a camada de muco. Com a prática, o reflexo
de vômito diminui;
- Tome um bom
café da manhã para “limpar” a cavidade oral e manter um fluxo adequado de
saliva;
- Mantenha a
boca úmida. Tome quantidades razoáveis de líquido. Mascar chiclete
(sem açúcar) por alguns minutos pode ajudar;
- Soluções
comerciais para gargarejo são úteis porque reduzem o número de
bactérias presentes na parte posterior da língua, mas seu efeito é de
curta duração;
- Lave a boca
depois de ingerir alimentos ricos em odor como alho, cebola, café e molhos
com curry;
- Escove os
dentes e passe fio dental para remover restos alimentares, especialmente
depois de refeições ricas em proteínas;
- Receitas
populares como mascar canela, cravo e semente de anis,
para ”refrescar” o hálito, costumam ser úteis, porque as moléculas
contidas nessas plantas têm atividade bactericida.
D
ra. Cláudia Christianne Gobor - Cirurgiã Dentista
especialista pelo MEC no tratamento da Halitose
Ex-Presidente da Associação Brasileira de Halitose e Atual Conselheira
Consultiva
https://www.bomhalitocuritiba.com.br/
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Facebook: @bomhalitocuritiba
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