O alimento, que geralmente demanda
de 20 minutos de cozimento para poder ser consumido, leva meses para chegar nas
prateleiras dos supermercados
Foto: Catarina Bortolotto
O arroz está presente na
alimentação da maioria dos brasileiros, principalmente por ser rico em
nutrientes e ter um modo de preparo rápido – geralmente em apenas 20 minutos –
e fácil. Entretanto, muitos esquecem da logística necessária para que o produto
possa chegar à mesa de milhares de pessoas, em um ótimo estado de conservação e
curto período de tempo.
Tradicionalmente, o
plantio do cereal começa nos meses de setembro e outubro, mas nos últimos anos
– por consequência do clima e de outros fatores naturais –, em algumas situações
esse período vem sendo adiado. A colheita, por sua vez, acontece sempre no ano
seguinte, com início no final de fevereiro, se estendendo até o mês de abril.
“Quando falamos de arroz, nos referimos a uma monosafra. Ou seja, uma única
safra durante o ano”, explica o diretor de Operações da Fumacense Alimentos,
Marcos Paulo Zavaneli.
Dentre os estados com
grande representatividade na produção de arroz, pode-se destacar o Rio Grande
do Sul – que é o principal fornecedor da Fumacense Alimentos. A empresa também
opta pelas produções de Santa Catarina – quando direcionado para o tipo
parboilizado –, além de complementar com volumes menores vindos do
Centro-Oeste.
“Normalmente, a nossa
matéria-prima vem sempre dos mesmos lugares, pois priorizamos produtos que tenham
afinidade com a qualidade exigida pela Fumacense Alimentos. Nós estudamos os
cultivares – que são os tipos disponíveis no mercado – e tentamos aproveitar as
melhores ofertas e o melhor produto das regiões. O arroz é uma commoditie, por
isso é necessário manter uma pesquisa constante nas características do produto
e do preço”, aponta Zavaneli.
Processos
Para o arroz poder ser
empacotado, ir para o supermercado, ser comprado e chegar às mesas de todo o
brasil, o grão precisa passar por uma infinidade de processos, que se
diferenciam de acordo com o tipo produzido. Na Fumacense Alimentos, logo que o
produto chega ao parque industrial, uma análise é realizada para verificar se
está tudo conforme o que foi adquirido.
Ainda nesta fase, o arroz
passa por uma pré-classificação, onde são verificados os defeitos – como grãos
quebrados – e outros critérios que impactam na composição de custo. “A partir
do momento que o produto passa pelo crivo de qualidade, ele é recebido e
armazenado. Posteriormente, se iniciará o processo de beneficiamento, existindo
dois caminhos distintos: o da parboilização e do arroz branco”, explica o
diretor de Operações.
Na parboilização, ocorre o
encharcamento dos grãos com água quente, em um processo de autoclave, para que
aconteça a gelatinização do cereal dentro da casca. Depois, com o resfriamento,
o alimento volta à sua composição inicial. Neste momento, o arroz absorve os
nutrientes que estavam presentes no farelo, aumentando o seu valor nutricional.
Em seguida, o arroz entra
no processo de beneficiamento, quando passa pelo brunimento, polimentos e
demais fases para a retirada de quebrados e defeitos. A última etapa, antes do
empacotamento, é o processo de classificação e seleção eletrônica, onde
qualquer grão com defeito que tenha permanecido é retirado da linha de
produção, auxiliando na entrega de um produto 100% beneficiado para o
consumidor.
“Todo o processo dura em
torno de oito horas, tirando o tempo de armazenamento. E todo passo é
extremamente importante e precisa ser respeitado, para que seja possível
garantir a qualidade do produto”, argumenta Zavaneli.
Já o arroz branco pula a
etapa de encharcamento e autoclave e vai direto para o beneficiamento, onde é
polido em uma intensidade maior, até atingir o nível de brancura que o
consumidor está acostumado.
Por fim, o arroz integral
– como o próprio nome já diz – vai para a embalagem em sua forma mais natural
possível. Desta maneira, tem apenas a sua casca retirada, passa pelo processo
de seleção e chega ao empacotamento. Por não receber o beneficiamento, como os
outros tipos de arroz, é um grão mais sensível por ainda estar recoberto pelo
farelo.
Tecnologia
A seleção eletrônica
adotada pela empresa agilizou o processo de produção e garantiu mais qualidade
para os produtos. Moderno, o maquinário conta com uma fotocélula que retira –
com um jato de ar comprimido – qualquer grão que tenha uma cor diferente da que
está programada. Dessa forma, em uma velocidade alucinante, só permite a
passagem daqueles grãos que atendam aos critérios determinados.
Nas estradas, para os supermercados
A Fumacense Alimentos
sempre atua com um estoque pulmão, que gera certa agilidade no momento da
entrega. Após a prospecção junto ao cliente, os pedidos são recepcionados e
analisados, de acordo com as normas e políticas adotadas pela empresa. Após a
liberação, ocorre o faturamento e, finalmente, a entrega.
Dependendo do destino,
existe um lead-time determinado. Para clientes de Santa Catarina, por exemplo,
o recebimento do pedido será em – no máximo – 72 horas, enquanto para
compradores da Região Norte do Brasil o prazo é de 25 dias.
“Todos os nossos produtos recebem um
tratamento prévio e posterior, para que não se tenha incidência de pragas,
problemas com a integridade da embalagem, umidade e uma série de outros fatores
que possam afetar a qualidade final do arroz que entregamos ao consumidor”,
finaliza o diretor de Operações.
Catarina Bortolotto
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