Administração pública usa assistentes virtuais como estratégia para atender demandas da população Divulgação |
Municípios descobrem inteligência artificial como aliada para atender demandas e disponibilizar serviços
A pandemia
deu, literalmente, vez e voz para assistentes virtuais. Com a necessidade de
isolamento social e trabalho remoto, houve aceleração no uso dessa ferramenta
entre os brasileiros. De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Ilumeo,
de Data Science, 47% das pessoas utilizaram mais aparelhos eletrônicos
controlados pela tecnologia durante o isolamento, e 54% viram mais valor na
funcionalidade em 2020. Quase metade dos entrevistados (48%) já faz uso da
tecnologia ao menos uma vez na semana, sendo que 1 em cada 5, diariamente.
Essa é uma
tendência que deve se manter: 2 em cada 3 dos brasileiros ouvidos pela pesquisa
gostariam de usar mais aparelhos com inteligência artificial nos próximos seis
meses. E outros países mostram que há espaço e demanda para isso. Nos Estados
Unidos, os donos de smart speakers já superam a marca de 90
milhões de usuários, representando cerca de 35% da população adulta. Os dados
fazem parte do relatório U.S. Smart Speaker Consumer Adoption Report
2021,
publicado pelo Voicebot. E esse índice fica ainda maior se considerarmos
a tecnologia acoplada em outros aparelhos. O relatório de 2020 da Voicebot
já mostrava que o número de pessoas que têm algum assistente de voz integrado
ao smartphone chegava a 83% dos norte-americanos.
Avanços
aplicados à gestão pública
O sucesso
dos assistentes virtuais passou a ser visto como estratégia a ser utilizada nos
negócios. De acordo com levantamento encomendado pela IBM e realizado pela
Morning Consult, 40% das empresas brasileiras já aplicaram o recurso de
inteligência artificial nos negócios. A grande novidade é que a administração
pública também vem descobrindo a ferramenta como aliada para atender demandas e
disponibilizar serviços para a população.
Realidade
que começou a ser vivenciada pelos mais de 700 mil habitantes de Osasco (SP). A
população passou a ter no assistente virtual um novo canal de comunicação com a
prefeitura do município. Desenvolvida pelo Instituto das Cidades Inteligentes
(ICI), a ferramenta utiliza inteligência artificial e tecnologia do comando de
voz para disponibilizar acesso aos serviços e às informações da cidade. A
coordenadora do projeto, Francielle Regeane Vieira da Silva, explica que,
inicialmente, a possibilidade será aplicada nos serviços mais buscados pela
população de Osasco, incluindo tapa buraco, iluminação pública, limpeza de
bueiros, retirada de móveis, coleta de entulho e consulta de protocolos.
“Para
entender diferentes contextos desses serviços, o assistente virtual foi
treinado com palavras específicas predefinidas em linguagem natural. E como se
trata de um assistente virtual inteligente, esse treinamento é contínuo.
Conforme o cidadão for conversando com ele, novos serviços serão incorporados,
e a inteligência dos serviços municipais vai se construindo”, explica a
coordenadora.
Mais praticidade
e inclusão
Ainda
segundo a pesquisa da Ilumeo, as pessoas enxergam mais valor em uma marca que
tenha a tecnologia como assistente virtual: 70% dos participantes afirmaram
perceber mais força nessas empresas. E isso não deve ser diferente dentro do
ambiente público. “O processo de desenvolvimento da ferramenta foi feito com
foco no futuro da tecnologia, que vem mudando a forma como as pessoas se
comunicam tanto com entidades privadas quanto públicas”, explica o líder
técnico da equipe do sistema de atendimento ao cidadão de Osasco, Rodrigo
Danielewicz Kruger.
Mudança que
já faz parte do dia a dia das novas gerações. “A possibilidade de solicitar
serviços públicos e obter informações municipais apenas com comandos de voz
torna nossa plataforma de atendimento ao cidadão muito mais prática, moderna e
inclusiva”, defende o gerente da Central 156 de Osasco, Bruno Chagas.
“Incorporar o uso da tecnologia de voz nas soluções é trazer mais rapidez na
busca por informação e serviços municipais. Introduzir esse tipo de tecnologia
na sociedade é pensar nas novas gerações, buscando envolvê-las cada vez mais no
cuidado com a cidade”, reforça a coordenadora do projeto.
ICI –
Instituto das Cidades Inteligentes
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