O alerta foi dado por entidades médicas relevantes, como a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia. Ambas recomendam o adiamento da mamografia de rotina após a imunização contra a COVID-19. A orientação está relacionada a registros de aumento transitório dos linfonodos axilares após vacinação contra COVID-19, quadro que pode ocasionar interpretações errôneas sobre a presença de sinais que indicam de câncer de mama. E você sabe por que pode ocorrer esse efeito após a vacinação?
A mastologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Natália Cordeiro, explica que esse tipo de reação é normal e não é exclusivamente causada pelo imunizante contra o novo coronavírus. Casos semelhantes foram detectados depois da aplicação de vacinas contra HPV e H1N1 e até na BCG. Mas no caso atual, pelo contexto endêmico e de vacinação em massa, é percebido um número maior de casos, levando à necessidade do alerta. “Os linfonodos fazem parte do nosso sistema imunológico e detectam o que é potencialmente nocivo ao organismo, desencadeando uma resposta imune”, conta.
No caso dos linfonodos axilares, que podem crescer após a vacina contra a COVID-19, a especialista explica que eles funcionam como sentinelas do que afeta os membros superiores e tendem a crescer em inúmeras situações. “Até uma unha infeccionada pode ocasionar esse efeito e a paciente pode perceber esse aumento da “íngua” - como é conhecido popularmente- e ter dor. Mas, muitas vezes, esse fenômemo é imperceptível e só detectado no exame clínico e de imagem”, esclarece.
A recomendação para quem apresentar alterações dos linfonodos axilares após a vacinação é redobrar a atenção com a busca de lesões suspeitas na mama. “Se houver registro de aumento dos linfonodos axilares, mas sem alteração na mama, o ideal é postergar a realização da mamografia entre 4 a 12 semanas, período em que as estruturas devem voltar ao tamanho habitual. Caso isso não ocorra e haja persistência, deve se prosseguir investigação”, conta.
Para as mulheres que já têm
indicação médica para realizar o exame ou que estão com o acompanhamento em
atraso, o quadro muda e os especialistas sugerem que a realização do exame
ocorra no prazo mais breve possível. “Nestes cenários é imprenscidivel que a
paciente mantenha a rotina e a realização da mamografia independentemente da
vacinação”, alerta a mastologista.
Quando realizar a mamografia?
- Todas
as mulheres, a partir de 40 anos, devem realizá-la uma vez ao ano
- Recomenda-se
aguardar quatro semanas após a vacinação em caso de mulheres que estão com
seus exames em dia
- Ao
realizar o exame, informe que foi vacinada e em qual braço foi aplicada a
imunização. Esse dado é importante para avaliação médica das imagens
- Mulheres
que já têm alteração suspeita como nódulos novos palpáveis não devem adiar
o exame, assim como as mulheres que já estão com exames atrasados
- A
vacina em hipótese nenhuma causa câncer de mama. Vacine-se.
Hospital
Edmundo Vasconcelos
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