Em
agosto, morreu o ator e diretor Paulo José, que tinha 84 anos e conviveu com a
Doença de Parkinson por 28 anos. Workaholic confesso, apaixonado pela
profissão, ele nunca parou de trabalhar. Aprendeu a lidar com a doença que
chamava de seu ‘coadjuvante de peso, mas nunca protagonista’. A busca pelo
melhor tratamento para cada momento da doença, a rede de apoio e o otimismo
foram suas armas na batalha contra a enfermidade.
A doença de Parkinson é causada por uma degeneração progressiva dos neurônios
que produzem uma substância chamada dopamina, um neurotransmissor que ajuda na
comunicação entre as células nervosas e é essencial para o controle dos
movimentos dos músculos1,2.
A ausência da dopamina causa tremores, ou seja, movimentos involuntários de
braços, pernas, cabeça. Mas nem sempre eles são o primeiro sintoma da doença.
Na maioria das vezes, antes dos tremores a pessoa desenvolve bradicinesia. “É a
lentificação dos movimentos, quase sempre de um lado só do corpo, geralmente
nas extremidades, como nas mãos e nos pés. Já é um sinal motor”, explica Dr.
Hélio Osmo, Diretor Médico da Zambon e presidente da Sociedade Brasileira de
Medicina Farmacêutica.
Osmo explica que o tremor não é exclusividade da Doença de Parkinson. “Existem
inúmeras doenças neurológicas diferentes que provocam tremor, então é preciso
que um neurologista especializado em distúrbio do movimento analise o caso para
fechar o diagnóstico”, recomenda.
Mesmo antes da lentificação dos movimentos o paciente pode apresentar outros
sintomas que dificilmente são relacionados ao Parkinson. “Os neurologistas
costumam chamar esse período de ‘lua de mel da doença de Parkinson’. São sinais
como depressão, ansiedade, distúrbios do sono e até problemas de retenção
urinária”, detalha Dr. Hélio Osmo, dizendo que raramente eles são associados
precocemente ao Parkinson.
Como o diagnóstico da doença é essencialmente clínico, feito por após o
descarte de outras patologias, o conselho é procurar um neurologista sempre que
surgirem alguns dos principais sintomas:
- Tremores involuntários mesmo
em repouso
- Rigidez muscular
- Andar mais lento e arrastado
- Perda de expressão facial
- Depressão
- Ansiedade
- Dores musculares
- Constipação
Dados
A Doença de Parkinson atinge 1% da população mundial acima dos 65 anos, o que
representa cerca de 8 milhões de pessoas. No Brasil, as estimativas apontam
para cerca de 700 mil portadores da doença, que é crônica, progressiva e ainda
não tem cura1,2. Ela atinge principalmente a terceira idade e em geral surge a
partir dos 60/65 anos. Quando ela se manifesta precocemente sua progressão é
mais lenta. Já quando surge a partir dos 75/80 anos ela evolui mais rapidamente
para estágios mais avançados.
Tratamento
Como a doença é progressiva e não tem cura, as terapias ajudam a controlar os
sintomas e permitem que o indivíduo continue exercendo suas atividades. O
tratamento com medicamentos estimula a oferta de dopamina, aumentando a sua
presença ou evitando a sua degradação, além da deterioração das funções
cerebrais e do controle dos sintomas do Parkinson. Eles não curam a doença, mas
melhoram a qualidade do tempo ao lado de amigos e familiares, além da
capacidade produtiva dos pacientes.
Além dos remédios, existem outros recursos terapêuticos como fisioterapia,
cirurgia e até o implante de um dispositivo cerebral que reduz os tremores e a
rigidez dos músculos.
Caso
queira saber mais a Doença de Parkinson, tratamento, sintomas, causa, Dr. Hélio
Osmo está à disposição para entrevistas.
Referências:
- MEDSCAPE Diseases and
Conditions: Parkinson’s Disease. Disponível em: http://emedicine.medscape.com/article/1831191-overview. Acesso em: 01/04/2021.
- Parkinson: sintomas,
tratamento e como adiar o avanço da doença. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/parkinson. Acesso em: 08/04/2021.
- K. R. Chaudhuri e W. Ondo, Movement disorders in clinical practice, Springer Science & Business Media, 2010..
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