A doença é diagnosticada em até 25% das gestações, e o número de casos vem crescendo à medida que a incidência de obesidade tem aumentado na população
A gestação é um período
de grandes transformações no corpo e na vida da mulher. Durante os nove meses
de gravidez, os órgãos e o metabolismo da futura mãe passam por adaptações à
medida que o bebê se desenvolve. Entre elas, a produção insuficiente ou má
absorção da insulina, hormônio responsável pelo controle da glicose (açúcar) no
sangue. Esse aumento dos níveis de glicose durante a gravidez, se não
controlado, pode resultar em várias complicações para a mãe e o bebê, inclusive
em um parto prematuro.
Caracterizado pelo
aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez, o diabetes pode
trazer complicações à saúde da mulher e do bebê. Entre elas, prejuízos aos rins
e hipertensão. Os fatores de risco para a doença, que geralmente surge após a
20ª semana de gestação, são idade materna avançada, sobrepeso ou obesidade,
ganho excessivo de peso, histórico familiar de diabetes, síndrome dos ovários
policísticos, uso de corticoides.
O diagnóstico pode ser
feito mediante teste de glicemia em jejum, desde o 1° trimestre, ou através do
rastreamento por meio do TOTG (teste oral de tolerância à glicose), que toda
gestante deve fazer entre 24 e 28 semanas de gestação. “Uma vez feito o
diagnóstico, será incentivada a prática de atividades físicas e a consulta com
nutricionista para ajuste da dieta, com combinações alimentares que possuam um
menor índice glicêmico.”, explica a ginecologista obstetra da Maternidade
Brasília Fernanda Torino.
Caso a gestante não
consiga um adequado controle glicêmico com a dieta e atividade física, pode ser
necessário o uso de tratamento medicamentoso. A primeira escolha é a insulina.
Neste caso, o endocrinologista será um grande aliado para ajustes de doses e
indicação do tipo de insulina. Se o controle da glicemia for feito
adequadamente, a gestação poderá seguir até o termo. Caso contrário, o parto
pode vir a ser antecipado.
É importante ressaltar que o diabetes gestacional
também pode resultar em complicações para a saúde do bebê quando ainda dentro
do útero ou após o nascimento. O pâncreas do bebê pode ficar sobrecarregado por
conta do aumento dos níveis de glicose, o chamado hiperinsulinismo. O açúcar em
excesso se transforma em gordura, levando ao excesso de peso fetal. Devido
à queda abrupta dos níveis de glicose, após o nascimento pode ocorrer
hipoglicemia neonatal, complicação que pode ocasionar o encaminhamento do
recém-nascido para a UTI neonatal.
A boa notícia é que o controle rigoroso da glicemia
evita riscos de complicações para e mãe e para o feto, porém é essencial
realizar o acompanhamento corretamente. “É importante contar com uma equipe
multidisciplinar para apoio e incentivo às mudanças de hábitos de vida para
garantir uma gestação saudável para a mãe e o bebê”, finaliza a obstetra.
Dasa
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