Doença,
causada por vírus, bactérias ou outros microrganismos, pode ser evitada com uso
de preservativos
Especialistas do CEJAM - Centro de Estudos e
Pesquisas "Dr. João Amorim" alertam para o aumento nos casos de
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), causadas por vírus, bactérias ou
outros microrganismos.
Em decorrência do isolamento social imposto pela
pandemia de Covid-19, pacientes infectados com a doença deixaram de procurar os
serviços de saúde ao manifestarem sintomas. Conforme o Ministério da Saúde,
entre janeiro e junho de 2020, foram registradas 49 mil ocorrências de sífilis,
transmitida, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de
preservativos.
De 2010 a 2020, o Brasil registrou 783 mil casos
da doença, que segue crescendo de forma expressiva, segundo a Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD). A sífilis atinge, principalmente, a população
masculina, que representa 59,8% dos casos. As mulheres, por sua vez, somam
40,2%, mas merecem uma atenção especial, já que muitas revelam sintomas durante
a gestação, aumentando o risco de contaminação de recém-nascidos.
O urologista Renato Fidelis Ivanovic, que atende
na AMA Especialidades Jardim São Luiz e na AMA 24 horas Capão Redondo, ambas
gerenciadas pelo CEJAM, destaca que a doença é traiçoeira, pois a lesão genital
que surge no início da doença -sífilis primária- não dói e cicatriza sozinha.
"Nesta fase, muitas pessoas deixam de tratar
e permanecem com o agente causador no organismo, resultando nas fases
secundária e terciária. Quando isso acontece, o grau de suspeita diagnóstica do
médico precisa ser alto, já que o quadro clínico é variável, podendo ser
cutâneo, neurológico e, até mesmo, cardíaco."
Prevenção
Geralmente, a sífilis se apresenta como uma
pequena ferida no local de entrada da bactéria, por meio dos órgãos utilizados
em práticas sexuais desprevenidas, como pênis, vagina, colo uterino, ânus e
boca.
A doença é classificada pelas fases primária,
secundária, latente ou terciária, e tem como principais sintomas manchas,
pápulas e outras lesões no corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés,
além de febre, mal-estar, dores de cabeça e ínguas, que podem surgir de 10 a 90
dias após o contágio.
De acordo com o ginecologista Gilberto Nagahama, consultor do
Programa Parto à Mãe Paulistana, a melhor forma de evitar a infecção é por meio
das relações sexuais protegidas e seguras.
"Todas as pessoas que mantêm atividades
sexuais ou se expõem a relações desprotegidas também devem fazer regularmente
exames para ISTs, que são oferecidos de forma gratuita e sigilosa em toda a
rede pública."
Tratamento
Apesar de os homens apresentarem maior disposição à doença,
Dr. Fidelis explica que o tratamento é o mesmo para ambos os sexos. Para que
haja a quebra deste crescente ciclo de transmissão, é necessário tratar
adequadamente todos os pacientes diagnosticados, independentemente do gênero.
Segundo os especialistas, mesmo após o tratamento
completo, é importante seguir com acompanhamento, além da testagem das
parcerias sexuais dos últimos três meses para a quebra da cadeia de
transmissão.
"Devemos informar a população sobre os
riscos da doença, além da orientação sobre a prevenção da sífilis, que é muito
efetiva. A capacitação do profissional também é fundamental para o diagnóstico
precoce e adequado. Essas práticas, associadas ao manejo adequado, podem
oferecer praticamente 100% de cura", complementa o Dr. Gilberto.
Nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) gerenciadas
pelo CEJAM são realizadas iniciativas para conscientização da população e orientações
de prevenção da sífilis. A relação das unidades pode ser acessada pelo site cejam.org.br .
CEJAM - Centro de
Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"
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