Levantamento realizado pelo Grupo Rabbit com mais de 200 mil pessoas de todo o país mostra a avaliação de pais e alunos em relação ao desenvolvimento do ensino remoto e à volta às aulas presenciais
A pandemia forçou o uso da tecnologia e acelerou transformações
nas salas e nas metodologias de ensino. Se, por um lado, as dificuldades desse
período parecem estar caminhando para o fim, por outro, está claro que o ensino
remoto ganhou popularidade entre os estudantes mais velhos, e agora eles
resistem em voltar à escola. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Grupo
Rabbit, consultoria em gestão escolar, que entrevistou mais de
200 mil famílias entre os meses de maio e agosto de 2021.
A resistência encontra-se no fato de que as famílias começaram a
perceber um aumento na qualidade do ensino remoto proporcionada pelas escolas
durante a pandemia. “No início, os pais sentiam muita dificuldade em
entender os processos pedagógicos da escola no ensino remoto emergencial. Com o
tempo, eles também aprenderam a entender e, logo, gostaram”, explica Christian
Coelho, CEO do Grupo Rabbit.
Outro
destaque vai para a Educação Infantil, que conseguiu encontrar alternativas
para educar as crianças. Para o especialista, os pais tiveram a sensibilidade
de compreenderam o esforço das escolinhas em tentar manter um vínculo com as
crianças, orientando as famílias sobre como fazer a educação a distância.
Dessa
forma, a retomada presencial das aulas tem sido diferente daquela imaginada
pelas instituições de ensino. Nos segmentos finais da educação básica, em que o
poder de decisão dos alunos é mais compartilhado com os familiares, a volta às
aulas presenciais tem sido menor do que nos anos iniciais de estudo.
Cerca
de 54% dos entrevistados que possuem filhos no Ensino Fundamental II e Ensino
Médio dizem que querem voltar ao modelo presencial. A média aumenta para o
Ensino Fundamental I e Ensino Infantil, onde as taxas de intenção chegam a 71%
e 89%, respectivamente.
“Isso
mostra a efetividade do ensino remoto ou híbrido para essa faixa etária, que se
adaptou e se acostumou a estudar dessa maneira. As escolas agora terão de
repensar o uso do espaço físico para tornar as aulas presenciais mais
interessantes para esse aluno que enxergou valor no ensino remoto”, afirma.
A comunicação como fator de sucesso
A
comunicação entre escolas e famílias no contexto virtual foi um dos motivos
identificados na pesquisa durante esse momento. As escolas foram levadas a
construir canais de comunicação com toda a comunidade mais intensamente, o que
tornou sua relação mais próxima das famílias do que era no pré-pandemia. O
esforço em permanecer ao lado das famílias durante esse período foi reconhecido
na avaliação.
Christian
conta que nesse processo de retomada essa comunicação precisa ser ainda mais
acentuada, pois toda a comunidade escolar entende que foi uma conquista gerada
diante de tantas adversidades. Além disso, para compensar o volume de
comunicações negativas – como novos de casos de Covid-19 que possam acontecer
dentro dos muros das escolas -, elas também podem utilizar dessas ferramentas
para mostrar transparência com todos os protocolos.
Grupo Rabbit
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