Como a enxaqueca pode afetar a vida dos pacientes: doença atinge cerca de 15% da população brasileira1-2
Pesquisas globais
promovidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os transtornos
causados pela enxaqueca, revelaram a real escala deste problema para a saúde. A
entidade citou que as adversidades de enxaqueca e dor de cabeça são grandes
desafios de saúde pública em todos os países do mundo3.
A pesquisa foi
realizada com cerca de 8000 participantes4 em 10 países, abrangendo diversas
culturas, grupos e povos. O foco do estudo foi posto em pacientes com
enxaqueca, e os resultados são preocupantes: 1175 pacientes nos 10 países
pesquisados apresentaram episódios em mais de cinco dias por mês5 de enxaqueca.
Essa frequência indica a necessidade de uma medicação preventiva, e menos de 20%
dos entrevistados5 tinham consultado um profissional de saúde (geral ou
especialista).
"É de suma
importância que os pacientes com enxaqueca consultem um médico para
identificação da sua condição. Menos de 10% dos pacientes5 desse estudo
recebiam um tratamento adequado" explica o dr. Marcio Nattan, neurologista
do Grupo de Cefaleias do Hospital das Clínicas da USP São Paulo. "Mesmo se
tratando de uma região desenvolvida como a Europa, poucas pessoas realizam
tratamentos adequados para conter a doença", completa.
Desde que a enxaqueca
foi incluída na GBD (Global Burden of Disease - Carga de Doença Global, em
português), a doença vem ganhando postos exponencialmente na classificação dos
YLD’s (Years Lived with Disability - Anos vividos com invalidez, em português),
tendo sido alçada à posição de moléstia que mais gera incapacidade no mundo em
adultos abaixo dos 50 anos, com maior incidência nas mulheres do que nos
homens6-7.
Fatores de estilos de
vida como depressão, ansiedade, sedentarismo, obesidade e distúrbios do sono
são determinantes para que uma pessoa desenvolva mais ou menos ciclos de
enxaqueca8. É de extrema importância que os pacientes procurem neurologistas e
especialistas para o diagnóstico correto, indicando o melhor tratamento para a
pessoa. Com esses passos, a chance de incremento na qualidade de vida do
paciente é mais alta.
Referências
consultadas:
• GBD 2016 Headache
Collaborators. Global, regional, and national burden of migraine and
tension-type headache, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden
of Disease Study 2016.
• Lancet Neurol. 2018
Nov;17(11):954-976. doi: 10.1016/S1474-4422(18)30322-3
• World Health
Organization, Lifting The Burden (2011) Atlas of headache disorders and
resources in the world 2011. Geneva: WHO.
• Andrée C, Stovner
LJ, Steiner TJ, Barré J, Katsarava Z, Lainez JM, Lair M-L, Lanteri-Minet M,
Mick G, Rastenyte D, Ruiz de la Torre E, Tassorelli C, Vriezen P, Lampl C (2011)
The Eurolight project: the impact of primary headache disorders in Europe.
Description of methods. J Headache Pain 12:541-549
• M, Tekle-Haimanot R,
Birbeck GL, Herekar A, Linde M, Mbewe E, Manandhar K, Risal A, Jensen R,
Queiroz LP, Scher AI, Wang SJ, Stovner LJ (2014) Diagnosis, prevalence
estimation and burden measurement in population surveys of headache: presenting
the HARDSHIP questionnaire. J Headache Pain 15:3
• Queiroz LP, Peres
MF, Piovesan EJ, Kowacs F, Ciciarelli MC, Souza JA, Zukerman E. A nationwide
population-based study of migraine in Brazil. Cephalalgia. 2009
Jun;29(6):642-9. doi: 10.1111/j.1468-2982.2008.01782x
• GBD 2016 Headache
Collaborators. Global, regional, and national burden of migraine and
tension-type headache, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden
of Disease Study 2016.
• May, A., Schulte, L.
Chronic migraine: risk factors, mechanisms and treatment. Nat Rev Neural 12,
455-464 (2016). https://doi.org/10.1038/nrneurol.2016.93
Nenhum comentário:
Postar um comentário