Em seu 8º ano, a
campanha visa aumentar a conscientização sobre coágulos sanguíneos resultantes
da hospitalização e da COVID-19
Na próxima quarta-feira,
13 de outubro, médicos, legisladores e outros profissionais da saúde de todo o
mundo promovem o Dia Mundial da Trombose –
uma campanha que tem como objetivo alertar a população sobre os perigos dos
coágulos de sangue - atualmente, um problema de saúde global
urgente e crescente. A campanha, promovida pela Sociedade
Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, sigla em inglês), conecta e
capacita mais de 3.000 organizações parceiras e indivíduos de mais de 120
países para unir forças na conscientização, tratamento e prevenção da
doença.
A trombose, comumente
conhecida como coágulos de sangue, pode ser responsável pelo desencadeamento
de uma série de condições médicas potencialmente
fatais, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e
tromboembolismo venoso (TEV). “O TEV ocorre quando um ou mais coágulos se
formam em uma veia profunda, mais frequentemente na perna, e viajam pela circulação, podendo
se alojar nos pulmões - condição conhecida como embolia pulmonar”, explica a
Dra. Joyce Annichino, hematologista e professora do departamento de
clínica médica da Unicamp.
“Apesar do fato de uma em cada
quatro pessoas em todo o mundo morrer de doenças causadas por
coágulos sanguíneos, eles são uma condição muitas vezes esquecida e, por
isso, uma campanha como o Dia Mundial da Trombose pode ser responsável por
salvar milhares de vidas todos os dias”, explica
a Profª. Beverley Hunt, presidente do Comitê Diretor do Dia
Mundial da Trombose.
Com base nesse cenário, a Dra.
Joyce Annichino aponta e explica abaixo quais
são os principais cernes da campanha do Dia Mundial da Trombose
em 2021.
Trombose
relacionada à COVID-19
Recentes pesquisas mostram
que a COVID-19 torna o sangue mais “pegajoso”, o que pode aumentar o
risco de coagulação. Além disso, os pacientes hospitalizados com COVID-19
enfrentam riscos adicionais de coágulos sanguíneos. “Estima-se que 5% a 10% dos pacientes
internados em enfermaria com coronavírus tenham apresentado algum
evento trombótico durante o tratamento, podendo
chegar a 30% para pacientes internados em UTI – taxas
muito altas se comparadas ao período pré-pandemia”,
alerta Joyce.
Esse ano, a COVID-19 fez com
que a trombose ganhasse grandes holofotes nos principais jornais do mundo. Isso
porque, além de contribuir para o desenvolvimento de trombose, coágulos de
sangue foram apontados como um efeito colateral muito raro para certas vacinas
COVID-19. “Após um ano turbulento causado pela pandemia da COVID-19,
infelizmente vimos um aumento nos casos de trombose relacionados à pandemia”,
comenta a Profª Bervely Hunt. “São quadros que podem ser
evitados se o público em geral e a comunidade médica estiverem vigilantes sobre
como reconhecer e tratar os sinais e sintomas de coágulos sanguíneos.”
Trombose
associada ao hospital
Pacientes hospitalizados
apresentam um risco aumentado de coágulos sanguíneos devido à imobilidade e/ou
cirurgia. Cerca de 60% de todos os casos de tromboembolismo
venoso ocorrem durante ou dentro de 90 dias de hospitalização, tornando-se
a principal causa de morte hospitalar evitável. “Um
dos fatores que contribuem para a formação de coágulos é a estase – a
estagnação do sangue. Esse quadro é muito comum em pessoas hospitalizadas,
acamadas ou com pouca mobilidade”, afirma a médica.
Trombose
relacionada ao câncer
Pacientes com câncer têm
quatro vezes mais probabilidade de desenvolver um coágulo sanguíneo grave em
comparação com a população em geral. Este risco aumentado é impulsionado por
fatores como cirurgia, hospitalização, infecção e distúrbios de coagulação
genética por fatores específicos desse tipo de doença, incluindo tipo,
histologia, estágio da malignidade, tratamentos e certos biomarcadores.
Trombose
específica de gênero
Pílulas anticoncepcionais
orais à base de estrogênio, terapia de reposição hormonal e gravidez são
fatores de risco de coágulo sanguíneo para as mulheres. Elas têm
cinco vezes mais probabilidade de desenvolver um coágulo sanguíneo durante a
gravidez e cerca de uma em cada 1.000 mulheres grávidas desenvolverá uma
trombose. “O
uso de alguns anticoncepcionais podem fazer com que
a paciente tenha o aumento de alguns fatores de coagulação
e a diminuição de anticoagulantes naturais. Tudo
isso pode favorecer a trombose”, explica a médica.
Como se
prevenir
Aproximadamente 10 milhões de
casos de trombose ocorrem anualmente em todo o mundo, mas a condição
pode frequentemente ser evitada com detecção e tratamento precoces. A campanha
do Dia Mundial da Trombose convida os profissionais de saúde a fornecer
avaliações obrigatórias de risco da doença a todos os pacientes
hospitalizados. Além disso, a campanha incentiva o público, incluindo os
pacientes, a defender uma avaliação de risco para a doença.
O Dia Mundial da Trombose
compartilha estas dicas importantes para ajudar a prevenir coágulos
sanguíneos:
Fique ativo
e hidratado. Defina
um alarme de hora em hora e use esse tempo para se levantar, caminhar
e se espreguiçar. Ficar estagnado por longos períodos pode aumentar o risco de
coágulos sanguíneos. Beba bastante água para prevenir a desidratação, que pode
fazer com que o sangue engrosse, resultando em coágulos sanguíneos.
Conheça os
sinais e sintomas de um coágulo sanguíneo. Os sinais de alerta a serem observados são dor e sensibilidade nas
pernas, vermelhidão e inchaço, falta de ar, respiração rápida, dor no peito e
tosse com sangue.
Solicite
uma avaliação de risco de trombose. Todos os indivíduos, especialmente aqueles que estão
hospitalizados, devem pedir ao seu profissional de saúde uma avaliação de risco
de TEV, um questionário que reúne informações médicas para discernir os fatores
de risco potenciais de um paciente para o desenvolvimento de coágulos sanguíneos.
Para saber mais sobre coágulos
sanguíneos, visite www.worldthrombosisday.org.
Sobre o Dia
Mundial da Trombose
Lançado em 2014 e realizado
anualmente em 13 de outubro, o Dia Mundial da Trombose visa aumentar a
conscientização do público, de profissionais de saúde e dos sistemas de
saúde sobre a trombose e, em última instância, reduzir as mortes e
incapacidades desnecessárias por doenças tromboembólicas por meio de uma maior
conscientização sobre suas causas, fatores de risco, sinais,
sintomas, prevenção e tratamento com base em evidências. O Dia
Mundial da Trombose apoia a meta global da Assembleia Mundial da
Saúde de reduzir as mortes prematuras por doenças não transmissíveis em 25% até
2025, bem como o Décimo Terceiro Programa Geral de Trabalho da Organização
Mundial da Saúde 2019-2023, o Roteiro de Montevidéu 2018-2030 sobre
as Doenças Não-Transmissíveis (DNTs) e a Declaração Política da
Terceira Reunião de Alto Nível da UNGA sobre as DNTs.
As organizações participantes
do ISTH e do WTD agradecem o suporte dos apoiadores corporativos,
incluindo os pioneiros: Bayer; Bristol Myers Squibb; Pfizer; e Johnson
& Johnson, os campeões: Daiichi-Sankyo; Sanofi; e Viatris,
os colaboradores: Inari Medical; e Leo, e os parceiros de impacto: Aspen;
Cardinal Health; Roche; Stago; Sysmex; e Total CME. Agradecimentos especiais a
John Wiley & Sons, Inc. pelo apoio financeiro do Dia Mundial da
Trombose. Agradecimentos adicionais vão para Sobi por patrocinar o ISTH Congress
Annual Charity 5K e beneficiar o Dia Mundial da Trombose de
2017-2021.
Nenhum comentário:
Postar um comentário