sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Cresce o número de voos trazendo brasileiros deportados dos EUA

Cerca de 48 mil brasileiros já foram detidos este ano. Crise na fronteira pressiona Biden


De acordo com informações da Polícia Federal, o Departamento de Segurança interna dos Estados Unidos (DHS) vai aumentar a frequência de voos que trazem cidadãos brasileiros deportados de volta ao país. A partir de outubro, a quantidade de aeronaves que desembarcam trazendo brasileiros passará de 1 para 2 ou até 3 por semana.

 

A “pressa” em deportar os brasileiros em situação irregular faz parte de um grande esforço das autoridades americanas em contornar o problema causado pela quantidade recorde de pessoas que já entraram ou que ainda estão tentando entrar ilegalmente nos EUA. De acordo com o CBP, agência responsável pelo patrulhamento nas fronteiras, aproximadamente 1 milhão e 400 mil pessoas já foram detidas nesta situação desde janeiro.

 

Ainda de acordo com o CBP, cerca de 48 mil brasileiros já foram detidos este ano. Um número bem maior do que o registrado em 2020, que registrou “apenas” 9 mil prisões.

 

“Apesar do alto número, o Brasil ocupa apenas o vigésimo-terceiro lugar na lista de países que mais “enviam” imigrantes ilegais para os Estados Unidos. Muito pelo contrário, nos últimos 10 anos temos visto cada vez mais brasileiros qualificados que conseguem green cards para morar e trabalhar na América. Infelizmente, muitas dessas pessoas que estão sendo presas e deportadas nem imaginam que elas poderiam estar qualificadas para receber um visto de imigrante e terem entrado nos EUA pela porta da frente, de maneira legal” – afirmou Felipe Alexandre, advogado brasileiro/americano de imigração com experiência em processos de green card, deportação e asilo.

 

A intenção de aumentar a quantidade de voos trazendo brasileiros deportados acontece na mesma semana em que 30 crianças brasileiras foram deportadas para o Haiti, e em que um caminhão trazendo pessoas indocumentadas, incluindo muitos brasileiros, foi apreendido pela Imigração americana, no Texas. Na semana passada, também ganhou destaque a morte da brasileira Lenilda Oliveira dos Santos, que faleceu tentando cruzar a fronteira do Novo México para chegar aos EUA.

 

O tema imigração continua sendo a principal “dor de cabeça” do governo de Joe Biden. Desde que assumiu no começo do ano, o mandatário americano vem lidando com crises na fronteira dos Estados Unidos com o México, onde concentra-se um a quantidade nunca antes vista de pessoas tentando entrar ilegalmente no país em busca de asilo, refúgio ou simplesmente de uma vida melhor. Além disso, ao que tudo indica, Biden não conseguirá, pelo menos este ano, convencer o Congresso americano a aprovar sua reforma imigratória, antiga promessa de campanha do democrata.

 

Houve um otimismo exagerado por parte de muitos estrangeiros que acreditaram que, com a chegada de Biden ao poder, os EUA iriam imediatamente acolher todos os necessitados que chegassem ao país pela fronteira. Infelizmente, a quantidade de pessoas que tentam entrar ilegalmente é muito maior do que as autoridades podem lidar, e não existem centros de detenção ou abrigos para manter todas estas pessoas enquanto aguardam seus julgamentos na corte americana. Por isso apressam-se as deportações – Comentou novamente Felipe Alexandre

 

Alvo de críticas dentro e fora dos EUA, Biden recebeu esta semana sua pior avaliação de desempenho, com 47% dos americanos reprovando as decisões de seu governo, especialmente no episódio de retirada das tropas militares do Afeganistão e pela maneira como vem sendo conduzidas as deportações de imigrantes, sobretudo de haitianos. Estima-se que cerca de 14 mil pessoas provenientes do Haiti entraram recentemente nos EUA buscando asilo, uma vez que o Haiti passa por grande crise política e humanitária. A situação dos haitianos, entretanto, não sensibilizou as autoridades americanas, e todos eles devem ser retornados ao Haiti nas próximas 2 semanas.

 

“A deportação dos haitianos é extremamente triste, e acredito que deveria haver uma tolerância maior para com estas pessoas que estão vindo de um país devastado. As leis americanas de imigração inclusive preveem a possibilidade de asilo em situações como essa. Ainda tenho esperança que o governo possa rever e voltar atrás nesta decisão de deportar os haitianos” – comentou Felipe Alexandre, que também é proprietário da AG Immigration, escritório americano especializado em imigração.

 

 



AG Immigration 

https://agimmigration.law/

 

 

Dr. Felipe Alexandre - advogado americano/brasileiro de imigração e fundador da AG Immigration:  Ele é considerado há vários anos pelo "American Institute of Legal Counsel" como um dos 10 melhores advogados de imigração de NY e referência sobre vistos e green cards para os EUA.


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