Expectativa de aumento está entre 1,25 e 1,50 ponto. Com juros altos, renda fixa se torna ainda mais atrativa, segundo especialistas
Nesta quarta (27),
acontece a divulgação da decisão em relação ao aumento da taxa Selic pelo
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A expectativa do mercado
é que a alta seja entre 1,25 e 1,50 ponto. Antes as apostas se concentravam na
elevação de 1 ponto, mas diante da inflação e do furo do teto de gastos, a
expectativa de elevação aumentou.
Para João Beck, economista e sócio da BRA, o rompimento do teto
criou bastante tensão no mercado nos últimos dias, o que colaborou ainda mais
para uma elevação na Selic além do esperado na próxima reunião do Copom.
"O principal destaque com o rompimento do teto foram os contratos de
juros futuros negociados na B3. Com isso, maior será o juro necessário para
segurar o investimento dentro do país. A nossa moeda é a que mais se
desvalorizou entre todos os países emergentes. O mercado em geral estava,
inclusive, com expectativa de acomodação da trajetória altista da taxa de
juros. Novas altas de expectativas se ocorressem teriam de vir do campo
político, que é bem mais imprevisível. E foi o que aconteceu", diz
Beck.
Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, acredita
que os investidores devem ficar atentos em aplicações prefixadas de curto prazo
para terem bons rendimentos.
"Com o aumento de juros, muitos clientes podem focar em aplicações
prefixadas de curto prazo. Chamo a atenção para o fator imposto de renda. Se o
cliente de renda fixa puder evitar aplicar em produtos que tenham imposto, será
beneficiado nesse cenário de aumento de inflação e de juros. De maneira
prática, vale aplicar em LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures, que são produtos
isentos de imposto de renda", comenta.
Segundo ele, há muitas oportunidades em renda fixa hoje para serem
aproveitadas, o que em janeiro não seria possível. Hoje o investidor tem um
leque de opções para escolher.
Na renda variável, Jansen indica ficar de olho em ativos na bolsa que ganham
com alta de inflação e juros. "Setores de bancos, seguradoras e energia
repassam a inflação para os preços. Já empresas que dependem de crédito e não
têm caixa como as ligadas ao setor de tecnologia e construtoras se prejudicam.
Se o investidor puder também se diversificar ao redor do mundo, apesar do dólar
estar mais alto, é importante", afirma.
Para Beck, os títulos indexados à inflação são boas opções nesse momento de
inflação alta: "Contam com remuneração bem atrativa para aqueles
investidores que têm pretensão de carregar o título até o vencimento. Basta que
o investidor escolha o título que entenda que não será preciso se desfazer no
meio do caminho para alguma necessidade de curto prazo".
De acordo com o especialista, nesse cenário de alta de juros, os pós-fixados também
são muito indicados. "O pós-fixado é o mais beneficiado em meio a alta
de juros e da expectativa crescente de juros. Quem pode se prejudicar são
pessoas que compraram título prefixados em janeiro, por exemplo, já que não
sabíamos que os juros subiriam nesse patamar. Cada vez mais a expectativa de
alta está subindo e quem ganha é o pós-fixado", finaliza.
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