sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Como os gestores podem discutir saúde mental com os funcionários

A instrutora de RH da Udemy Ana Cristina Moraes dá dicas para os líderes abordarem o assunto nas empresas

 

Até pouco tempo atrás, a saúde mental não era um tema muito abordado nas empresas, nem pelas equipes de RH nem pelos gestores. Com a chegada da pandemia, mesmo que já fosse necessário, falar do assunto se tornou quase obrigatório.

A Udemy Business, o braço de treinamento corporativo da plataforma de aprendizado online Udemy, divulgou no final do ano passado um estudo sobre as tendências de aprendizado para as empresas para 2021 – e uma delas estava relacionada à saúde mental.

Entre 2019 e 2020, os cursos para aprender habilidades como gestão da ansiedade, resiliência e gestão do stress tiveram um crescimento de quatro dígitos em consumo por parte dos funcionários das empresas que são clientes da Udemy Business. Os aumentos espantosos nos consumos de cursos sobre gestão da ansiedade, resiliência e gestão do stress foram de 3.967%, 1.296% e 1.015%, respectivamente.

Mas, mesmo que falar sobre saúde mental no ambiente de trabalho tenha se tornado tendência, muitas empresas ainda não sabem como iniciar esse papo. A instrutora de RH na Udemy Ana Cristina Moraes dá algumas dicas para os gestores que querem tratar do tema com os funcionários. São elas:

 

1- Comunicação é tudo

A comunicação entre os funcionários e os gestores precisa ser fluída, clara e objetiva, ainda mais em tempos de home office – de acordo com Moraes. “Primeiramente, os líderes precisam praticar a escuta ativa, ou seja, escutar atentamente os funcionários e buscar compreender o que eles querem dizer e quais são as suas angústias e anseios, além de prestar atenção na sua linguagem corporal”, diz ela.

Além de escutar, a instrutora diz que os gestores devem deixar claro para os funcionários que eles podem contar com o seu apoio. “Por exemplo, para renegociar prazos, marcar reuniões de feedback etc. É importante transformar isso em ação também”, complementa ela.

 

2- Atenção aos sinais enviados pelos funcionários

Principalmente nos tempos atuais, quando muitas equipes estão trabalhando à distância, pode ser difícil para os gestores perceberem que um colaborador está precisando de ajuda por conta do seu estado emocional.

A ferramenta Stress-APGAR, divulgada pela publicação Harvard Business Review, é uma adaptação para a saúde mental de uma ferramenta para monitorar a saúde de recém-nascidos que pode ajudar os líderes nesse processo. Na ferramenta, cada letra significa um ponto de atenção que o gestor deve ter com o funcionário: A é para “appearance” (aparência, em português), P é para “performance” (desempenho), G é para “growth tension” (stress de crescimento), A é para “affect control” (controle de emoções) e R é para “relationships” (relacionamentos).

Isso significa que, se a aparência do colaborador não estiver boa (por causa de noites mal dormidas fazendo hora extra), por exemplo, o gestor deve ficar em alerta e tomar alguma providência.

 

3- Os líderes também precisam estar bem

Segundo Moraes, é papel dos líderes dar segurança psicológica à equipe e assegurar as condições necessárias para que ela atue de forma harmônica e alcance os melhores resultados possíveis. “A pandemia pediu que os vínculos entre líderes e funcionários se estreitassem, inclusive para minimizar qualquer risco de o trabalho dar errado. Mas também para apoiar o funcionário num cenário tão desafiador”, diz ela.

Também é importante que os líderes estejam bem emocionalmente. “Inclusive para que eles possam apoiar as próprias equipes e se tornar referências para elas”, afirma a instrutora.


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