sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Campanha Outubro Rosa alerta para prevenção do câncer de mama, tipo de câncer mais incidente na população feminina

Mulheres com silicone também precisam se prevenir

 

Chegamos ao mês da Campanha Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama. Criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, a data traz mais visibilidade à doença que mais acomete mulheres em todo o mundo, constituindo a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento.

Só no Brasil é o segundo tipo mais incidente na população feminina: Sessenta e seis mil casos novos de câncer de mama são estimados para o ano de 2021 no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca, 2020). Portanto é urgente falarmos sobre a importância de um maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento preventivo o que reduz a mortalidade. Toda mulher com câncer de mama tem o direito aos cuidados paliativos para o adequado controle dos sintomas além de todo o suporte social, espiritual e psicológico para o enfrentamento da doença e o resgate da autoestima.

Segundo Flávia do Vale, Ginecologista Obstetra e coordenadora da Maternidade do Hospital Icaraí, o diagnóstico precoce consegue identificar o tumor ainda em sua fase inicial, o que aumenta as possibilidades de um tratamento mais eficaz.

“Diversos estudos mostram que por meio da realização de exames preventivos é possível diagnosticar precocemente o câncer de mama, levando a um tratamento mais assertivo e aumentando as chances de cura. Realizar visitas periódicas ao médico e fazer um check-up anualmente, garante às mulheres mais plenitude e qualidade de vida, explica a médica.

Dessa forma, cerca de 30% dos cânceres de mama poderiam ter sido evitados com exames de rotina, como por exemplo, a mamografia de rastreamento, exame que deve ser feito em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama e é recomendado para mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos.

“Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam ainda mais e o cuidado precisa ser ainda maior”, alerta Flávia lembrando que além dos exames preventivos, hábitos de vida saudáveis como alimentação rica em legumes e verduras, atividade física regular, evitar o tabagismo e consumo exagerado de bebidas alcoólicas e controle do peso corporal ajudam a reduzir o número de casos e consequentemente a mortalidade.

“O diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta a sobrevida das mulheres em comparação com o diagnóstico de tumores em fase avançada. O rastreamento por meio da mamografia diminui a mortalidade em cerca de 20% nas mulheres entre 50 e 69 anos. Mulheres nessa faixa etária devem fazer o exame de rastreamento a cada dois anos”, explica lávia lembrando que mulheres mais jovens também precisam estar atentas e é muito importante que elas percebam qualquer sinal diferente nas mamas como:

•   Presença de caroços fixos e indolores, o que está presente em 90% dos casos;

•    Alterações no mamilo;

•    Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;

•    Presença de líquido anormal dos mamilos.

Logo, o rastreamento mamográfico anual é recomendado para as mulheres entre 40 e 74 anos. As mulheres de alto risco com base na história familiar e exame genético, devem ser submetidas a rastreamento anual de câncer de mama com mamografia começando 10 anos antes da idade de diagnóstico do parente mais jovem, embora não antes dos 30 anos.

A médica lembra que atualmente, não se recomenda o auto exame periódico como método para rastreamento do câncer de mama.

“A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em situações do cotidiano. Estar familiarizado com a aparência e a sensação de seus seios pode ajudá-la a notar sintomas como caroços, dor ou mudanças no tamanho que podem ser preocupantes. Isso pode incluir alterações encontradas durante o autoexame da mama”, explica Flávia lembrando que fazer o autoexame das mamas não reduz o risco de morrer de câncer de mama por não ser eficiente em detectar lesões em fases muito precoces e iniciais da doença.

 

Câncer de Mama e Cirurgia Plástica

Mulheres que fizeram plástica também precisam se cuidar

O número de mulheres jovens que colocaram silicone nos seios praticamente dobrou em oito anos. Segundo cirurgiões plásticos essa demanda continua a crescer. Uma constatação facilmente comprovada nas ruas, escolas e academias de ginástica.

“Não há evidências de que os implantes mamários aumentem o risco de desenvolver câncer de mama. Porém, as próteses mamárias, podem obscurecer as imagens da mamografia, diminuindo a capacidade das mamografias de detectar o câncer de mama”, explica Flávia complementando que a mamografia continua sendo a ferramenta de escolha para o rastreamento do câncer de mama.

Mas às vezes os médicos podem recomendar outros exames adicionais para completar o rastreio de câncer de mama nessas pacientes como a mamografia tridimensional (também chamada de tomossíntese) ou a ressonância magnética das mamas.

Finalizando, a médica lembra que apesar das limitações do rastreamento mamográfico em mulheres com implantes, sua sobrevivência não é diferente.

“O resultado em pacientes que desenvolvem câncer de mama, mesmo com implantes, é o mesmo daqueles sem implantes” conclui.


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