terça-feira, 26 de outubro de 2021

Atendimento médico rápido é decisivo para reduzir sequelas em casos de AVC

Especialista em Medicina de Emergência do CEJAM alerta para os sinais da doença e destaca que a adoção de hábitos saudáveis é a principal forma de prevenção


Sensação de fraqueza, formigamento na face, braço ou perna em um lado do corpo, confusão mental, dificuldade para falar ou compreender algo e dor de cabeça súbita são sintomas que requerem atenção e ação imediata.

No Dia Mundial do AVC, lembrado em 29 de outubro, Renata Rezende, chefe de equipe na Emergência da CER Ilha (Coordenação de Emergência Regional da Ilha do Governador), no Rio de Janeiro, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, faz um alerta para os sinais que indicam a possibilidade de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e que necessitam de atendimento urgente.

Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 17,9 milhões de pessoas morreram em decorrência de problemas cardiovasculares em 2019, número que representa 32% de todos os óbitos registrados no ano. Dessas mortes, 85% foram ocasionadas por ataques cardíacos e AVC, que estão entre as principais doenças que afetam o coração. 

A médica ressalta que as sequelas podem ser preocupantes. “Aproximadamente 50% dos casos de AVC geram sequelas incapacitantes, tornando o paciente dependente de um cuidador, serviços de assistência à saúde e reabilitação fisioterapêutica ou fonoaudiológica.”

Dessa forma, procurar o pronto-socorro assim que identificar os primeiros sinais pode ser decisivo para o quadro. “A recomendação é anotar o horário exato de quando o paciente começou a ter sintomas e se dirigir ao hospital mais próximo, nunca esperar melhorar ou diminuir os sintomas, porque cada minuto é fundamental”, reforça a emergencista.

Ela explica que as chances de recuperação são maiores quando o tratamento é realizado de forma adequada e ágil. “O ideal é que a busca por um atendimento médico de emergência seja o mais rápido possível, para que o tratamento seja instituído logo e não ultrapasse 4h30 desde o início dos sintomas.”



Primeiros cuidados e tratamentos

Dra. Renata destaca que, ao chegar ao hospital, pode-se identificar o tipo de AVC, se isquêmico ou hemorrágico, e adotar medidas de tratamento imediato. “O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria que leva sangue ao cérebro, enquanto o AVC hemorrágico acontece quando há o rompimento da artéria”, frisa.

A especialista explica, ainda, que na fase inicial do AVC isquêmico são realizados exames de tomografia e identificação de alguns critérios de seleção, com tratamento que pode ser feito com uso de medicamentos endovenosos para dissolver o coágulo e restabelecer a circulação cerebral ou com a remoção do coágulo por cateterismo.

“Em alguns casos, o paciente se recupera completamente, sem riscos de sequelas neurológicas, mas para tal o reconhecimento da doença deve ser rápido e o início do tratamento também”, acrescenta.

Já nos casos de AVC hemorrágico, pode ser feita a oclusão do aneurisma por cateterismo ou por meio de um clipe metálico, inserido em processo cirúrgico. Em todas as situações, a gravidade do caso dependerá da extensão da lesão cerebral do paciente.



Prevenção

Os riscos de um acidente vascular cerebral podem estar relacionados a fatores genéticos. Porém, na maioria dos casos, o problema é causado por doenças      crônicas que podem ser evitadas ou controladas com a adoção de hábitos mais saudáveis.

A médica destaca que pacientes com histórico familiar de AVC ou com comorbidades como diabetes, hipertensão e obesidade precisam redobrar os cuidados. “O avanço da idade também é um agravante, pois o AVC é mais comum entre pacientes idosos.”

A melhor forma de prevenir a doença, portanto, é por meio de uma alimentação equilibrada, com baixo consumo de sal e gorduras, inserindo mais frutas, legumes e verduras nas refeições. Evitar o consumo de álcool, tabaco e praticar atividades físicas regularmente também contribuem significativamente para a saúde cardiovascular de maneira geral, diminuindo as chances de um AVC. 

 


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


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