Especialista em
Medicina de Emergência do CEJAM alerta para os sinais da doença e destaca que a
adoção de hábitos saudáveis é a principal forma de prevenção
Sensação de fraqueza, formigamento na face, braço
ou perna em um lado do corpo, confusão mental, dificuldade para falar ou
compreender algo e dor de cabeça súbita são sintomas que requerem atenção e
ação imediata.
No Dia Mundial do AVC, lembrado em 29 de outubro, Renata Rezende, chefe de
equipe na Emergência da CER Ilha (Coordenação de Emergência Regional
da Ilha do Governador), no Rio de Janeiro, gerenciado pelo CEJAM -
Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria
Municipal da Saúde, faz um alerta para os sinais que indicam a possibilidade de
um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e que necessitam de atendimento urgente.
Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 17,9
milhões de pessoas morreram em decorrência de problemas
cardiovasculares em 2019, número que representa 32% de todos os óbitos
registrados no ano. Dessas mortes, 85% foram ocasionadas por ataques cardíacos
e AVC, que estão entre as principais doenças que afetam o coração.
A médica ressalta que as sequelas podem ser preocupantes. “Aproximadamente 50%
dos casos de AVC geram sequelas incapacitantes, tornando o paciente dependente
de um cuidador, serviços de assistência à saúde e reabilitação fisioterapêutica
ou fonoaudiológica.”
Dessa forma, procurar o pronto-socorro assim que identificar os primeiros
sinais pode ser decisivo para o quadro. “A recomendação é anotar o horário
exato de quando o paciente começou a ter sintomas e se dirigir ao hospital mais
próximo, nunca esperar melhorar ou diminuir os sintomas, porque cada minuto é
fundamental”, reforça a emergencista.
Ela explica que as chances de recuperação são maiores quando o tratamento é
realizado de forma adequada e ágil. “O ideal é que a busca por um atendimento
médico de emergência seja o mais rápido possível, para que o tratamento seja
instituído logo e não ultrapasse 4h30 desde o início dos sintomas.”
Primeiros cuidados e tratamentos
Dra. Renata destaca que, ao chegar ao hospital, pode-se identificar o tipo
de AVC, se isquêmico ou hemorrágico, e adotar medidas de tratamento imediato.
“O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria que leva sangue ao
cérebro, enquanto o AVC hemorrágico acontece quando há o rompimento da
artéria”, frisa.
A especialista explica, ainda, que na fase inicial do AVC isquêmico são
realizados exames de tomografia e identificação de alguns critérios de seleção,
com tratamento que pode ser feito com uso de medicamentos endovenosos para
dissolver o coágulo e restabelecer a circulação cerebral ou com a remoção do coágulo
por cateterismo.
“Em alguns casos, o paciente se recupera completamente, sem riscos de sequelas
neurológicas, mas para tal o reconhecimento da doença deve ser rápido e o
início do tratamento também”, acrescenta.
Já nos casos de AVC hemorrágico, pode ser feita a oclusão do aneurisma por
cateterismo ou por meio de um clipe metálico, inserido em processo cirúrgico.
Em todas as situações, a gravidade do caso dependerá da extensão da lesão
cerebral do paciente.
Prevenção
Os riscos de um acidente vascular cerebral podem estar relacionados a
fatores genéticos. Porém, na maioria dos casos, o problema é causado por
doenças crônicas que podem ser evitadas ou
controladas com a adoção de hábitos mais saudáveis.
A médica destaca que pacientes com histórico familiar de AVC ou com
comorbidades como diabetes, hipertensão e obesidade precisam redobrar os
cuidados. “O avanço da idade também é um agravante, pois o AVC é mais comum
entre pacientes idosos.”
A melhor forma de prevenir a doença, portanto, é por meio de uma alimentação
equilibrada, com baixo consumo de sal e gorduras, inserindo mais frutas,
legumes e verduras nas refeições. Evitar o consumo de álcool, tabaco e praticar
atividades físicas regularmente também contribuem significativamente para a saúde
cardiovascular de maneira geral, diminuindo as chances de um AVC.
CEJAM - Centro de Estudos e
Pesquisas “Dr. João Amorim”
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