A aproximação do final de mais um ano letivo em
meio à pandemia da Covid-19 aquece novamente as discussões sobre os modelos de
ensino e o desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes. A volta às aulas
presenciais já está sendo obrigatória em alguns estados do Brasil em 2021,
causando expectativas sobre qual será o formato de ensino previsto para 2022.
Segundo pesquisa nacional do Instituto Escolas
Exponenciais, realizada entre agosto e setembro deste ano com mais de 500
escolas privadas em mais de 200 cidades de 25 estados do Brasil, a taxa média
atual de ocupação nas salas de aula é de 63%, mostrando uma adesão da maioria
dos alunos do Ensino Infantil ao Médio quanto ao retorno das atividades
presenciais. Para o próximo ano, 94% dos pais querem que os filhos retornem às
aulas presenciais. Os outros 6% afirmam que optariam por manter os filhos em
casa se o ensino híbrido ainda for mantido.
Para as instituições de ensino, a continuidade do
ensino híbrido para o próximo ano divide opiniões. O estudo mostra que 53% dos
diretores escolares veem a possibilidade como uma oportunidade, enquanto 47% a
consideram um desafio.
Proatividade e bom desempenho na pandemia
fidelizaram famílias
No entanto, independentemente do modelo de ensino
que irá vigorar no próximo ano letivo, a fidelização de famílias e alunos no
ano de 2021 gerou impacto nas matrículas e rematrículas para 2022. Apenas 21%
dos pais têm a intenção de mudar o filho de escola. O dado reforça o
reconhecimento com relação ao trabalho desempenhado pelas instituições no
último ano, cuja pontuação de Net Promoter Score (NPS) saltou de 59 pontos em
2020 para 74 em 2021.
As razões que mais aparecem na decisão dos pais
em manter o filho na escola atual é o cuidado, atenção pessoal com o aluno e
relacionamento próximo entre a comunidade escolar (47%) e a qualidade na
formação acadêmica dos alunos e da equipe pedagógica (46%).
Impacto financeiro é fator determinante para a
escolha da escola
Uma a cada 10 famílias entre os que pretendem
buscar uma nova instituição de ensino para os filhos tomou essa decisão em
decorrência de dificuldades financeiras. O estudo revela que 41% desses pais
irão buscar escolas com mensalidades mais baratas e 40% pretendem negociar o
valor da mensalidade na escola atual.
De maneira geral, localização entre casa,
trabalho e escola, o relacionamento com os profissionais que atuam diretamente
com as crianças e o tratamento impessoal ou falta de atenção com os filhos
também aparecem como fatores responsáveis pela escolha dos pais e responsáveis
em buscar uma nova instituição de ensino.
As instituições de ensino afirmaram ainda que
problemas financeiros dos pais geraram a maior parte da perda de alunos ao
longo do último ano, representando 56%, mesmo que a perda tenha sido
relativamente baixa – 39% das escolas relataram redução de matrículas.
No entanto, a inadimplência foi considerada um problema significativo por 40%
das escolas.
Entretanto, a inadimplência entre as
famílias nas escolas reduziu de 22% em 2020 para 10% em 2021,
revelando uma melhora essencial para a continuidade das atividades de muitas
instituições que passaram por dificuldades desde o início da pandemia.
Vahid Sherafat, CEO do Instituto Escolas
Exponenciais e Coordenador da pesquisa, explica que os dados visam entender a
forma em que a educação está se adaptando às necessidades atuais da sociedade.
“Acredito que as percepções descobertas nessa pesquisa vêm num momento em que
todas as atenções estão voltadas para a área da educação. O estudo nos dá
informações atuais e precisas para dar base à novas iniciativas, projetos e
investimentos. Sem dúvida, a área da educação foi profundamente afetada nos
últimos meses e é essencial entendermos onde estamos e para onde devemos seguir
a partir de agora”, completa.
Escolas Exponenciais
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