CEO da HealthMe e endoscopista bariátrico, explica as características do transtorno
O transtorno, causado
por uma ingestão muito grande de alimentos em um curto período de tempo, vem
sempre acompanhado da sensação de total descontrole. A pessoa fica desesperada
por não conseguir parar e isso causa um nítido sentimento de descontrole. Essa
sensação, por sua vez, desencadeia uma vergonha muito intensa, uma culpa por
ter feito algo que sabia que não podia.
Sérgio explica que o
diagnóstico da doença é baseado em questões comportamentais. "O
diagnóstico de compulsão alimentar é dado a partir desses episódios pelo menos
duas vezes por semana nos últimos 6 meses. Alguns dos sintomas do compulsivo
são descontrole, vergonha e culpa por ter comido, mentiras sobre a doença,
alívio por comer, irritabilidade quando não consegue comer e obsessão por
comida. O compulsivo sofre antes, sente prazer em comer e depois sofre
novamente com a culpa", destaca o médico, completando que outro fator
relevante é que esses pacientes não têm ação compensatória, ou seja, não
provocam vômito ou mesmo usam laxantes.
A compulsão alimentar
também está ligada à neurotransmissores, como a dopamina. Esses
neurotransmissores têm algumas características alteradas que fazem o indivíduo
ter essa compulsão com mais frequência. Ou seja, não é uma coisa apenas
psicológica, existe química envolvida. Por isso, o tratamento psiquiátrico é
importante nesse quadro todo. É importante destacar que, além dessas
características neurológicas, existem os gatilhos comportamentais. O acesso muito
fácil a comida também colabora nesse quadro, além de alguns fatores genéticos.
O
transtorno pode começar por causa de crises de ansiedade ou problemas
hormonais. Por exemplo dietas restritivas, perda de um ente querido, perder o
emprego ou ficar sem dinheiro. Durante a pandemia, essas foram as preocupações
da grande maioria da população no Brasil e os casos de distúrbios dispararam. O
isolamento social teve impacto direto no aumento desse transtorno na população,
com os índices de mortes e desemprego cada vez maiores, mais pessoas começaram
a apresentar sinais de ansiedade, problemática que tem ligação direta no
desenvolvimento do transtorno.
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