Os números comprovam: a incidência de doenças psicológicas, como a depressão, é cada vez maior no século XXI. Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o número de casos de depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015: são 322 milhões de pessoas em todo o mundo, na maioria mulheres. No Brasil, a depressão atinge 11,5 milhões de pessoas (5,8% da população).
É o mundo VUCA, regido pela complexidade,
volatilidade, ambiguidade e incerteza, que contribui para o crescimento de
distúrbios psicológicos.
A doença é uma das principais causas de
incapacitação no mundo, limitando o funcionamento físico, pessoal e social. É
caracterizado pela tristeza e possui sintomas como falta de apetite, insônia,
baixa autoestima e humor deprimido. Quando não diagnosticado e tratado, nos
casos mais graves, a depressão pode resultar em suicídio.
Por isso a importância de campanhas como o Setembro
Amarelo, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o
Conselho Federal de Medicina (CFM), cujo objetivo é conscientizar e previnir o
suicídio no Brasil. Trabalhos de conscientização como este transformam;
refletir em conjunto e conversar abertamente sobre este tema é imprescindível
para nortear o tratamento da doença, buscando possibilidades para todos.
Uma das formas de se cuidar e cuidar do outro pode
ser por meio da utilização da música. Linguagem que pode curar, elevar,
acalmar, iluminar, fortalecer, estimular, confortar, encorajar, animar e,
ainda, fazer perguntas estimulantes e dar respostas satisfatórias.
A música expressa a dinâmica da personalidade
humana, a qualidade do ser, difícil de ser captada por palavras, que são
limitadas para explicar a música - que por si, expressa o significado da
experiência. Estudos científicos têm reforçado a noção de que a ressonância é a
base para a cura por meio do som e da música. O valor terapêutico? Está na
capacidade da música produzir efeitos nos mais variados níveis do ser humano.
A musicoterapia desloca o foco da doença para o
núcleo saudável da pessoa. Transforma as impossibilidades em possibilidades.
Tristeza e depressão dão lugar à alegria e relaxamento. O que antes sofria
disfunção no corpo, após a música gera um equilíbrio. Mas não é simplesmente
prescrever que alguém escute a música preferida e a depressão deixará de
existir, devem ter padrões de frequências sonoras estudadas, harmonizadas e
escolhidas para produzirem o efeito necessário em cada caso.
A melhor ajuda que o tratamento pode proporcionar é
que torna os obstáculos da doença mais amenos e mais fáceis de serem
ultrapassados. Ao estabelecer um diálogo interdisciplinar entre musicoterapia e
a cura de doenças, é possível colher resultados benéficos para o corpo e para a
saúde da mulher. Uma terapia como esta pode ajudar na compreensão dos desejos e
necessidades e criar os meios para cuidar de si mesma.
Juliana Marinho - formada em Relações Públicas pela
Faap, Pós-graduada em Psicologia Positiva e Ciência do Bem-estar pela PUC-RS e
cursou Civilização Francesa na Université de la Sorbonne, em Paris. Ela também
é escritora com quatro livros publicados. Seu novo lançamento, A Melodia
dos Sonhos, aborda a musicoterapia como tratamento para a
ansiedade e fobia social.
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