sábado, 18 de setembro de 2021

Como lidar com o luto no ambiente de trabalho?; especialista dá dicas

Pandemia já causou mais de meio milhão de mortos no Brasil e pauta é fundamental no ambiente corporativo; Zenklub criou Guia Prático para Saúde Mental e Pós-Pandemia para ajudar colaboradores e empresas


Com mais de meio milhão de mortos por covid-19 no Brasil, não há como deixar de falar em luto no ambiente corporativo. São muitas as pessoas que estão lidando com perdas de amigos e familiares – estima-se que um em cada oito brasileiros tenha passado por isso na pandemia -, e esse estado emocional afeta as pessoas de diferentes formas e em todas as áreas da vida, inclusive no trabalho, de acordo com Monique Luz, psicóloga do Zenklub formada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e pós-graduada tanto em Psicologia Analítica quanto em Hospitalar. 

“O luto é um processo natural, porém vivenciado de uma forma individual, cada um vai lidar da sua própria maneira, dependendo do contexto. Na pandemia, em particular, vem de uma forma muito diferente, uma vez que os rituais aos quais estamos acostumados não estão acontecendo, a despedida muitas vezes é realizada a distância”, explica. 

Segundo a especialista, deve-se falar sobre o assunto com o funcionário, respeitando sempre a permissão da pessoa enlutada. “O acolhimento é fundamental, escutar, tentar entender o que a pessoa está passando, não desviar de uma conversa. O gestor, nesse momento, precisa ter a sensibilidade de perceber a situação, e atuar como um porta-voz da equipe, promovendo reuniões, ainda que remotas, para falar sobre o tema de uma maneira aberta. Precisa entender também que o luto de um colaborador afeta toda a equipe e pode haver uma mudança de desempenho, mas que é um período específico”. 


O que a empresa pode fazer em caso de luto do colaborador?

A empresa pode considerar financiar um acompanhamento psicológico, principalmente se pensarmos que, na situação atual, esse tipo de serviço está mais acessível. A depender do tamanho da empresa, a promoção de palestras, grupos de apoio e ações que, inclusive, possam ser estendidas para a família, são propostas interessantes. 

Para além disso, a antecipação das férias e diminuição das atividades também podem ser estratégias a serem adotadas. “Tudo isso faz com que a pessoa que está passando pelo luto entenda que existem aliados ali, que é um espaço seguro”, comenta Monique. “É importante também que tais ações passem a fazer parte da cultura da empresa e possam ser postas em prática sempre que for necessário.


E quando o chefe é quem está de luto? 

Muito se fala sobre a atuação das lideranças para com seus colaboradores, e é claro que isso é muito importante, mas é preciso olhar também para essa pessoa que está em um cargo de gestão e que também precisa ser cuidada. “O chefe é uma figura essencial e um modelo para os demais funcionários, então a sua saúde mental impacta diretamente a produtividade”, afirma Monique. 

Se o próprio chefe perdeu alguém próximo e está de luto, a questão também não pode ser ignorada. “Assim como os demais colaboradores, o gestor também é uma pessoa que precisa vivenciar seu processo de luto e, para que isso aconteça, é necessário um diálogo aberto com a sua equipe e o RH da empresa, demonstrando sua própria vulnerabilidade nesse momento”, diz Monique. A partir daí, segundo ela, cabe à empresa reorganizar o fluxo de trabalho para que exista uma reorganização do setor nas questões práticas, seja delegando as tarefas, e, se necessário, adiantando dias de férias. 

A cartilha completa pode ser baixada no link: http://www.zenklub.com.br/setembro-amarelo/

 


Zenklub

 

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