Opinião
Colaborar ou compartilhar experiências e discutir temas relevantes para as mais diversas áreas do serviço público sempre foi hábito dentro das associações de municípios. A parceria entre o Instituto Positivo e a Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (Granfpolis), em 2015, para implantação do Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE) Granfpolis evidenciou ainda mais essa prática.
Trabalhar em regime de colaboração, para nós, tem
sentido ampliado, pois além de compartilhar e refletir sobre temas pertinentes
à Educação, planejamos e realizamos várias ações em conjunto, tais como
formação e ações de melhoria da alfabetização, distorção idade-série, entre
muitas outras.
Em 2020, este movimento possibilitou aos municípios
pertencentes ao ADE a adaptação das redes ao sistema não presencial, com
estratégias que pudessem garantir aos estudantes manter o contato com a escola
e minimizar os prejuízos na aprendizagem.
Este ano, com a obrigatoriedade do retorno ao
regime presencial, as redes tiveram que, novamente, fazer estudos e
planejamentos para o retorno, ao mesmo tempo em que mantiveram as atividades
não presenciais aos estudantes cujas famílias assim desejam.
Fomos entendendo que voltar de forma segura não
significa somente criar ações e estratégias para proteção da saúde física das
pessoas, mas também cuidar da saúde emocional. Assim surgiu o Guia de
Orientação, Desenvolvimento de Estratégias de Saúde Mental e Atenção
Psicossocial em tempos, e para além, da pandemia de Covid-19. Esse material foi
produzido de forma colaborativa, entre o ADE Granfpolis, o Colegiado de Gestão
em Educação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (CoGemfri) e o Instituto
Positivo, com participação de gestores educacionais, coordenadores pedagógicos,
psicólogos e assistentes sociais. O Guia discorre sobre saúde e sofrimento
mental, acolhimento, escuta ativa, mediações de conflito, competências
socioemocionais, entre outros assuntos.
Os cenários de 2020 e 2021 acrescentaram mais
complexidade à atividade de educar. Para que tudo acontecesse da forma mais
eficiente possível, realizou-se de forma colaborativa formação e empoderamento
de lideranças, trazendo subsídios para que cada gestor municipal pudesse tomar
decisões e compreender como sua liderança é importante para impulsionar a
gestão educacional.
E foi com este rol de conhecimentos gerados com a
colaboração, somados aos produzidos por cada rede, que os municípios planejaram
seus retornos. Alguns voltaram em fevereiro, outros em março, cada um no seu
tempo e, hoje, 100% deles estão com atividades presenciais para as famílias que
se sentem seguras em encaminhar os estudantes à escola e, felizmente, sem
problemas graves quanto à saúde de estudantes e profissionais.
Quando refletimos sobre as ações que o ADE
Granfpolis promoveu durante este período de pandemia é que percebemos quantas
pessoas e instituições participaram da construção de soluções. Por meio de
reuniões virtuais foi possível compartilhar as particularidades de cada
município e socializar experiências; ouvir especialistas e órgãos de controle;
e permitir que cada rede pudesse definir qual a melhor estratégia de atuação
nas atividades não presenciais e para um retorno seguro às aulas presenciais.
Com isso, pudemos perceber como colaborar é mágico, incrível e capaz de tornar
as tarefas mais leves e menos angustiante.
Precisamos, como gestores da Educação e
responsáveis pela mais importante área capaz de mudar comportamentos sociais,
incentivar mais a colaboração em nossas redes. Devemos motivar a colaboração
entre gestores, professores e estudantes, tornando esta uma prática habitual no
trabalho educacional, afetando no futuro, quem sabe, a forma de vida que
levamos, maximizando recursos e errando menos.
Mário
Fernandes - secretário municipal de Educação de Águas Mornas e líder do ADE
Granfpolis.
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