Apesar de terem
autoridade, pais não devem agir com arbitrariedade nem subestimar a capacidade
de compreensão do filho para conseguir uma conversa racional e com bom
senso VGCOM - ALENA DARMEL - para o Pexels
Para muitas mães e pais o diálogo com filhos
adolescentes é uma verdadeira batalha diária. É uma fase de reformulação
completa da criança para uma nova etapa, onde existe o estreitamento dos laços
com o grupo de amigos, o afastamento da família para ter privacidade e a
necessidade de autoafirmação, por exemplo. Ações estas que contribuem para que,
em geral, a conversa seja frustrante, com respostas monossilábicas, agressivas
ou defensivas; isso quando não finaliza em discussão.
O diálogo é conexão, então é preciso buscá-la.
Obter mobilização e tocar no sentimento. “Os pais, apesar de terem autoridade, não devem
agir como pessoas arbitrárias, precisam ser aconselhadores, veiculadores de
informações”, sugere Karin Kenzler, psicóloga clínica. “Entendendo
que não sabem de tudo, mas que buscam sempre a melhor solução, pensando no
bem-estar do filho. Esse sentimento gera ligação”, completa. Mas, é
essencial entender que essa conexão é conquistada com o tempo, não é do dia
para a noite. Vale lembrar que os pais que já têm o hábito de conversar com os
filhos desde pequenos chegam com certa vantagem nessa etapa.
É muito importante também ter uma conversa
racional, baseada no bom senso e nunca subestimar a capacidade de compreensão
do filho. Para a psicóloga, o diálogo eficiente deve se basear em cinco passos:
- escutar
sem preconceitos, críticas ou julgamentos;
- empatizar:
acolher o sentimento para desarmá-lo e torná-lo apto a escutar;
- entrar
no mapa mental, pesquisar, perguntar para melhor entender os motivos e
ajudá-lo a ter maior clareza da situação;
- demonstrar
ao filho o dilema que está em jogo;
- buscar
uma solução em conjunto.
Mesmo em um período tão complicado, como o da
adolescência, vale persistir e reforçar, ou construir, uma relação pautada no
respeito e no diálogo com os filhos.
Karin kenzler - Formada em psicologia pela PUC SP e pós graduada em psicopedagogia pela
Universidade Santo Amaro, Karin tem no currículo experiência profissional na
Alemanha, em psiquiatria de jovens e adultos e no Departamento de
Desenvolvimento Pessoal. No Brasil, trabalha com psicoterapia para casais,
famílias, adultos, adolescentes e crianças. Já atuou em psicóloga escolar,
atendimento clínico em Terapia Artística, projeto social com crianças e
adolescentes da favela e psicologia do esporte. Tem formação em Psiquiatria e
Psicoterapia de criança e adolescentes, Especialização em Psicanálise da
Criança, Extensão em testes e dinâmicas de grupo em Orientação Vocacional e
Extensão em Terapia de Casal e Família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário