sábado, 28 de agosto de 2021

Preparação para provas e concursos exige controle de estresse e ansiedade

Especialista da Escola da Inteligência dá dicas de como gerenciar as emoções


Com a retomada gradual às atividades, muitos concursos públicos, adiados pela pandemia, estão com novas datas marcadas e quem almeja um novo emprego voltou à rotina de estudos. É tempo também de estudar para as provas do Enem e dos vestibulares. Além de se preocupar com o conteúdo dos exames, a consultora educacional da Escola da Inteligência, a psicóloga Ana Lídia Zerbinatti, alerta para a importância do preparo emocional.

 

“Ser avaliado, em qualquer contexto, é algo que comumente gera muita ansiedade e insegurança nas pessoas. No caso de provas e concursos temos ainda um fator da concorrência, em que a aprovação ou não pode definir o futuro ou a carreira daquela pessoa”, destaca.

 

Ana ainda aponta que durante a aplicação de uma prova há fatores estressores, como a pressão do tempo, a incerteza do que está por vir e a impossibilidade de recursos para consulta. “É uma situação na qual é você com você mesmo e com seus conhecimentos adquiridos. Portanto, aqueles que não estão preparados emocionalmente para lidar com estímulos estressantes estão mais vulneráveis nesse momento”, explica a psicóloga.

 

Confira a seguir seis dicas de habilidades socioemocionais voltadas à preparação e ao momento das avaliações. Elas valem para o Enem, provas escolares, concursos e entrevistas de emprego:

 

1. Aprenda a gerenciar pensamentos e emoções. Isso é algo que pode ser desenvolvido a qualquer momento. Essa é a riqueza da mente humana, pois somos capazes sempre de aprender e evoluir. Quando atitudes saudáveis são ensinadas desde cedo, há mais chance de cristalizar esses hábitos ao longo da vida e formar adultos que estejam mais bem preparados para enfrentar os desafios.

 

A educação socioemocional – programa que a Escola da Inteligência oferece para 300 mil estudantes brasileiros - possibilita conhecer como funciona a mente humana, reconhecer em nós e no outro pensamentos e atitudes que são saudáveis, além de aprender ferramentas para gerenciar aqueles que não são saudáveis. Não tem mágica e nem uma fórmula pronta, mas sim o ensino teórico e prático de habilidades, como empatia, pensamento crítico, resiliência, comunicação assertiva, gestão dos pensamentos, ente outras, que trazem maior bem-estar e qualidade nas relações.

 

2. Fortaleça o pensamento crítico. Essa é a primeira habilidade que ajuda na gestão das ideias. Os pensamentos, conscientes ou não, são a base das nossas ações e emoções. Quando aprendemos a reconhecer um pensamento perturbador e compreender que ele não corresponde necessariamente à realidade, deixamos de ser vítima desse pensamento e podemos ressignificá-lo.

 

Em um contexto de prova, são aqueles pensamentos automáticos que nos fazem achar que não somos capazes o suficiente, que não aprendemos nada, que as pessoas que estão ali têm mais chances do que nós.

 

Ressignificar esses pensamentos é lembrar de todas as vezes que fomos bem-sucedidos em avaliações anteriores, quais as conquistas nos levaram até aquele momento, compreender que todos que estão ali também têm suas histórias e suas inseguranças.

 

3. Exercite o pensar antes de agir e reagir. Esta é uma habilidade igualmente importante, pois quando uma emoção inquietante nos atinge, podemos agir de maneira impulsiva e irracional. Portanto, é fundamental aprender a ampliar nosso repertório emocional, identificar as circunstâncias que determinada emoção nos acomete e praticar ferramentas para não permitir que elas protagonizem em um momento decisivo. Por exemplo, como eu me sinto em um momento de prova? Quais são as reações do meu corpo, quais pensamentos surgem? Praticar exercícios de respiração, de atenção plena, de contemplação e de gestão dos pensamentos podem ajudar nesse momento.

 

4. Trabalhe a resiliência e a determinação. Elas permitem a adaptação às mudanças e, também, a não sucumbir diante de um erro. Em qualquer avaliação, estamos sujeitos a falhar. Por isso, precisamos estar preparados para persistir, recomeçar ou até mesmo compreender quando é o momento de recalcular a rota.

 

5. Desenvolva o autoconhecimento. Evite comparações e cobrança excessiva. Dica que vale tanto durante os estudos quanto no momento da avaliação. Gastamos muita energia emocional ao fazermos autocobranças e ao nos compararmos com o desempenho dos outros de forma que acaba sobrando pouca energia para focarmos no nosso próprio desempenho. Cada um tem sua própria batalha e nosso maior concorrente somos nós mesmos. Por isso, devemos reconhecer os nossos limites e buscarmos ser melhores do que fomos ontem, em vez de tentar simplesmente ser melhores que os demais. Isso acarreta também em uma falta de autocuidado com a saúde física, em muitos casos, como virar noites estudando, não se alimentar corretamente ou deixar de ter momentos de atividade física e lazer. Esse tipo de comportamento deve ser evitado. Se organizar em uma rotina de sono, alimentação saudável e atividades físicas que, comprovadamente, influenciam em um melhor desempenho nos estudos e na avaliação.

 

6. Tenha uma rotina de autocuidado. O corpo e a mente estão intimamente relacionados. Um boa noite de sono e uma boa alimentação no dia da prova fazem toda a diferença, uma vez que a falta de autocuidado pode acarretar no cansaço, desatenção e até lapsos de memória. Isso vale também para o dia anterior da avaliação. Algumas pessoas acabam passando a noite estudando ou retomando os últimos pontos e esse comportamento gera mais ansiedade, além do cansaço físico e mental. Precisamos ter em mente que tudo aquilo que podíamos ter estudado já foi feito, e a reta final é o momento de focar no seu autocuidado para garantir um melhor desempenho.

 

O desenvolvimento e a prática dessas habilidades socioemocionais podem ajudar no momento das provas, à medida que controlam a ansiedade e aumentam a concentração. Isso vale para qualquer tipo de avaliação ou situação decisiva da vida.

 

As competências socioemocionais também fazem diferença no ambiente de trabalho. Segundo os relatórios do Fórum Econômico Mundial, algumas das principais competências no mercado de trabalho hoje são o pensamento crítico, criativo e inovador, resolução de problemas, autonomia na aprendizagem, trabalho em equipe, flexibilidade e inteligência emocional. O mais curioso é que raramente essas habilidades são ensinadas nos cursos e nos livros. A Escola da Inteligência trabalha, há mais de 10 anos, essas competências e mais outras 50 habilidades com crianças e jovens.

 

Em um mundo cada vez mais conectado e com o excesso de informações na palma da mão, o diferencial é saber transformar informações em conhecimentos e soluções inovadoras não somente às empresas, mas também para a sociedade e o planeta como um todo. Todas as competências nos permitem expandir o horizonte para além do nosso ecossistema e pensar no impacto das nossas ações no médio e longo prazo de forma a garantir um ambiente de trabalho mais saudável. Mais do que máquinas que sabem processar dados e executar processos com perfeição, as empresas buscam pessoas que tenham esse olhar mais amplo do seu impacto na sociedade.

 


Sobre a Escola da Inteligência

Presente em mais de mil instituições de ensino do Brasil que atendem cerca de 300 mil estudantes, a Escola da Inteligência (EI) é o maior programa de educação socioemocional do Brasil. Fundada em 2010, a EI busca desenvolver as habilidades emocionais e de consciência social de jovens estudantes, com o auxílio de materiais audiovisuais, impressos e digitais, bem como a formação de professores e apoio para as famílias. O programa contempla as dez competências fundamentais para a formação integral do aluno, exigidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do Ministério da Educação e mais de 50 outras habilidades e competências socioemocionais essenciais para a formação do ser humano. A metodologia promove, por meio da educação das emoções e da inteligência, a melhoria dos índices de aprendizagem, redução da indisciplina, aprimoramento das relações interpessoais e o aumento da participação da família na formação integral dos alunos. O programa é fundamentado na Teoria da Inteligência Multifocal, idealizada pelo escritor e psiquiatra Augusto Cury, que analisa o funcionamento da mente e a formação de pensadores. Entre as mais de 50 habilidades e competências que o programa desenvolve estão o gerenciamento das emoções, o autoconhecimento, a resiliência, pensar antes de agir e reagir, além do trabalho que influencia no combate e prevenção ao bullying e drogas.


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