Antes de adotar a prática é fundamental buscar orientação com o médico dermatologista
Os termos “no poo e low poo” tornaram-se muito populares nos
últimos tempos com cada vez mais adeptas a essas práticas. Com isso os
cosméticos capilares utilizados para essa finalidade ganharam mais espaço nas
prateleiras de farmácias e supermercados. Porém primeiro é importante entender
a diferença entre "No poo" e "Low poo" já que esses termos,
muitas vezes, são usados de forma equivocada.
As técnicas de cuidados com o cabelo chamadas de “No-poo” são
aquelas que eliminam totalmente o xampú e os tensoativos da rotina de lavagem
dos cabelos, ou seja a lavagem costuma ser apenas com água, vinagre de maçã e
outros produtos considerados naturais ( tensoativos são agentes de limpeza e
promotores de espuma). É uma técnica que se adequa bem aos cabelos cacheados e
crespos.
Já a técnica de Low-poo é descrita na comunidade científica como
o uso de xampus com tensoativos mais suaves, sem sulfato. Pessoas com cabelos
ondulados e quimicamente tratados costumam se beneficiar bastante com esse tipo
de técnica.
Para compreender melhor, a dermatologista da Sociedade
Brasileira de Dermatologia – Secção RS, Daniela Gobbato, reforça que os xampus
tem como função primordial a limpeza do couro cabeludo e dependendo do grau de
oleosidade do couro cabeludo vamos dar preferência por xampus com um ou outro tensoativo
em maior ou menor concentração. Há 3 tipos de tensoativos: aniônicos, que
limpam muito, porém pela sua alta detergência, deixam os cabelos mais
carregados negativamente e portanto com mais frizz e podem agredir o couro
cabeludo e ressecar os fios, são representados pelos sulfatos; os anfotérios,
sem sulfato, que promovem uma limpeza mais suave e agridem menos o couro
cabeludo e os fios, um dos representantes desse grupo é a cocobetaína; e os
não-ionicos , que limpam quase nada, sendo praticamente um condicionador e
geralmente são usados nas técnicas de co-wash, que utilizam os condicionadores
para a limpeza dos fios.
O alerta é para que antes de adotar a técnica, o médico
dermatologista seja consultado. Essas práticas não são indicado para qualquer tipo
de cabelo, podendo até piorar o estado geral dos fios.
“Hoje em dia a maioria dos xampus de marcas bem conceituadas
costumam mesclar os três tipos de ativos, em maior ou menor concentração,
conforme o tipo de necessidade do cabelo. É importante ressaltar que os
processos químicos envolvidos na produção dos cosméticos capilares envolvem
muito estudos e a indústria investe pesado nisso. Costumo indicar uma rotina de
cuidados para os fios envolvendo no-poo ou low poo para cabelos mais
ressecados, ondulados a crespos e quimicamente danificados. Importante também é
alternar o uso com xampus regulares, pois o acúmulo de produtos que não são
devidamente removidos pode se depositar nos fios e deixar os cabelos pesados,
opacos e pegajosos, efeito conhecido como “Build up”, especialmente para quem
utiliza a técnica de co-wash", explica.
Marcelo Matusiak
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